A frágil democracia brasileira se encontra acossada e ameaçada. Em nome de políticas de contenção à corrupção, direitos básicos dos cidadãos têm sido negados e abandonados. Condução coercitiva, prisões utilizadas para estimular delações premiadas, visando à perseguição ao adversário da vez, julgamentos sem transparência e com sentenças previamente definidas são exemplos de práticas realizadas no processo de luta contra a corrupção.

Aproveitando-se da defesa dessa luta pela ampla maioria da sociedade, assistimos ao avanço do arbítrio, da violência institucional, da repressão desenfreada e de uma política inquisitorial que lembra os tempos sombrios da Itália fascista, e da Alemanha nazista, sem se considerar os tempos sombrios da história recente em nosso país.

Neste contexto, o processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua prisão, sem provas, a execução da vereadora Marielle Franco e do Anderson Gomes, além do assassinato de cinco jovens em Itaipuaçu, são fatos concretos que ameaçam a nossa democracia.

Esses acontecimentos sinalizam um claro e simbólico sinal de alerta. Pois, na ausência de uma ordem democrática, as forças progressistas, as lideranças sindicais ou os movimentos sociais que não aceitaram o golpe de estado, certamente, estão na mira como objeto de perseguição política e suas inevitáveis consequências.

Ademais, prender Lula, sem provas, é afirmar que no Brasil nenhum cidadão tem direito a um julgamento justo e sério e, sobretudo, ampliar a crise política que vivencia o país e apostar em soluções autoritárias, a exemplo do caos político e econômico que, infelizmente, vivenciamos na cidade do Rio de Janeiro, objeto de uma intervenção militar, cujos resultados só vêm agradando àqueles que acreditam na força das armas, ao invés do diálogo da educação.

Nós, professores e professoras filiados ao Sinpro-Rio, reunidos em assembleia representativa do conjunto da categoria, repudiamos qualquer processo que ameaça a democracia em nosso país e o estado de direito; bem como repudiamos a prisão daquele que é, para a história brasileira, o maior líder popular do país.

 

Toda solidariedade ao presidente Lula.

Marielle vive.

A luta é de todos nós.

 

*A elaboração desta moção de repúdio foi aprovada em assembleia por professoras e professores do Sinpro-Rio.


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Este post foi publicado em 17/04/2018 às 16:46 dentro da(s) categoria(s): Notícias.
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