Sinpro-Rio abre Seminário Interno com palestras de Marcelo Freixo e João Batista Lemos

O Seminário Interno 2025 do Sinpro-Rio foi aberto no último 10 de fevereiro com as presenças do professor, ex-deputado estadual e federal e hoje presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), e do sindicalista, ex-presidente e fundador da CTB, atual Secretário Geral do PCdoB, João Batista Lemos.

A mesa foi composta pelos dois convidados, além do presidente do Sinpro-Rio, Elson Paiva, e da diretora Zezé Lourenço.

Com o auditório do Espaço Cultural Paulo Freire lotado, os palestrantes fizeram suas considerações e responderam a questionamentos durante mais de duas horas.

A fragilidade da democracia, do nascedouro até o momento crítico em que vivemos, acossada pelo neofascismo foi o tema que perdurou durante o evento.

Foi ressaltado que a base de trabalhadores dos anos 80 e 90 não é a mesma de hoje. “A gente precisa falar para as bases, mas precisamos entender de que base estamos falando. Temos que entender para dialogar”, argumentou Marcelo Freixo.

Freixo também salientou que a democracia não é tema abordado no trem, nas ruas… Não é tema que faça parte do dia a dia das pessoas.

Foi ressaltado que as pessoas não olham, hoje, para o chamado mercado como ameaça, mas como alternativa de ascensão social.

Ressaltou ainda sobre a ilegalidade da Polícia Militar em operações nas regiões pobres, especificando o Rio de Janeiro, e destacando que atualmente, o STF julga a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, proposta do Partido Socialista Brasileiro (PSB) que busca reduzir a letalidade policial no Estado do Rio de Janeiro.

Freixo lembrou que desde que a ADPF foi proposta, em 2019, aconteceram no Rio mais de 4 mil operações, sendo que somente na Favela do Jacarezinho, aconteceram 300. “Tem que ter operação policial, mas com legalidade, controle objetivo. Milhares de trabalhadores não podem pagar, muitas vezes com a vida, por estas operações. Não há troca de inteligência entre a PM, PF e Forças Armadas”.

A saída para o quadro caótico em que vivemos, de acordo com Freixo, é a política de esquerda avançando nos territórios.  Não podemos abrir mão do processo eleitoral. A relação entre território e crime define a política no Rio de Janeiro.

“Perder eleições não é mais a simples alternância de poder, como se deu na década de 90, dentro do campo democrático. Hoje, se perdermos, perdemos a democracia”.

Com tudo isso, Freixo alertou que os educadores têm papel fundamental para a manutenção da democracia. “Não podemos abrir mão do papel político mobilizador dos educadores, que são mais importantes do que os estatísticos, com toda a importância que tem esta categoria”.

Para Marcelo Freixo, é fundamental criarmos um projeto de sociedade que seja colocado em prática.

Já João Batista Lemos ressaltou que vivemos numa encruzilhada, numa transição de época, com a crise sistêmica do capitalismo, quando a lógica é, mais do que nunca, a exclusão e a concentração de riqueza.

Batista alertou que vivemos uma revolução digital, com a Inteligência Artificial: “Estamos vivendo a segunda revolução do trabalho”.

O dirigente ressaltou que, neste cenário, os sindicatos permanecem sob ataques, com a desregulamentação do mercado de trabalho e o consequente desenvolvimento da miséria, ditado pelo neoliberalismo.

No entanto, Batista argumentou que a evolução tecnológica poderia ser boa, trazendo a redução da jornada de trabalho, mas o que vemos é o aumento da espoliação, da exploração. “Não existe outra saída senão um novo sistema social. Temos que discutir a construção de um socialismo com características brasileiras”.

Par ele, o sindicalismo precisa se reinventar, olhar para os territórios que a extrema direita já ocupa. “Precisamos fazer uma ‘guerra’ de ocupação de território, com um sindicalismo forte dentro das empresas e das escolas”.

Para Batista, é necessário também que haja unidade na esquerda: “Não tem saída para 2026 que não seja unir forças e impulsionar o governo Lula para o embate. Se ficarmos em cima do muro, ganha o neofascismo.

Vejam fotos do evento AQUI!


Link desta página no QRCODE:


Este post foi publicado em 14/02/2025 às 12:30 dentro da(s) categoria(s): destaque, Notícias, palestra.
Você pode seguir quaisquer alterações a esta entrada através de RSS 2.0 feed.


<- Voltar