Em série de reportagens sobre irregularidades no ensino superior, o jornal Folha de S.Paulo ouviu o diretor do Sinpro-Rio Marcos Alexandre de S. Gomes: “Sou professor universitário desde 1981 e sabemos que há muitos que fazem jornada dupla ou tripla. Para ter um bom salário, o professor é obrigado a fazer esse périplo”.

Pesquisa do Inep constatou que cerca de 31.600 professores do ensino superior brasileiro (14% do total) dão aulas em duas ou mais instituições, incluindo públicas e particulares.

Na edição de segunda-feira, dia 15 de agosto, uma matéria chamou atenção para o descumprimento de norma da LDB. Segundo o Censo da Educação Superior de 2003, apenas 15 das 84 universidades particulares do país cumpriam, a um ano do fim do prazo legal, a exigência de ter ao menos um terço do corpo docente trabalhando em regime integral.

A Universidade Gama Filho, questionada sobre a insuficiência de professores em regime integral em seus quadros, alega que a exigência não se aplica a ela por ter sido reconhecida como universidade em 96, antes da promulgação da LDB.

A Universidade Estácio de Sá é apontada na matéria como exemplo de planejada diminuição de custos por meio de baixa proporção de docentes em regime integral (pelo menos metade da jornada tem de ser cumprida fora da sala de aula). Em 2003, um ano antes da entrada em vigor da exigência, mantinha apenas 0,8% de seus 4.357 professores em regime integral. Na USP, o percentual, no mesmo ano, era de 77,3% (total de 4.721 docentes)

Segundo revela o jornal, o MEC estuda aumentar exigências para enquadrar uma instituição de ensino superior como universidade: de 1/3 subiria para metade a quantidade mínima de professores com titulação. Além disso, as universidades deveriam ter no mínimo três cursos de mestrado e um de doutorado (segundo o MEC, 99 universidades não atendem a essa exigência, sendo 70 da rede particular).


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Este post foi publicado em 01/01/2005 às 00:00 dentro da(s) categoria(s): Notícias.
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