Pesquisas no Brasil e no exterior apontam: um percentual entre 30 e 40% de profissionais têm Burnout em nível moderado, médio ou grave. Esta síndrome gerada por ambientes de trabalho com alto grau de press?o tem sido responsável pelas quedas na performance, faltas ao trabalho ou mesmo demiss?o voluntária nas empresas. Traduzido ao pé da letra por “combust?o completa”, o Burnout, erroneamente confundido com o estresse, soma três fatores: cansaço emocional, baixa realizaç?o profissional e despersonalizaç?o – o profissional trata os demais como objetos, perdendo o interesse em serví-los.

Para o Dr. Paulo Cesar Souza, da Diretoria Técnica da Amil, é primordial ter a consciência de que Burnout n?o é natural. Algum tipo de conflito sempre existe, mas Burnout é muito mais do que conflito. “O Burnout se alastra porque nem todos suportam altos níveis de press?o; outro grande desafio é que esta síndrome n?o é identificada facilmente, muita gente que a tem n?o se dá conta disso”, alerta ele, que se interessou pelo estudo da Síndrome de Burnout ao atuar nos CTIs (Centro de Tratamento Intensivo) de hospitais, áreas com alto nível de press?o.

Na opini?o do Dr. Paulo Cesar, a press?o pode fazer parte da atividade, mas a dose é a quest?o, n?o existindo um nível “razoável” para todos. “Nem todos os colaboradores suportam o mesmo nível de press?o e d?o bons resultados; os líderes imaginam que apenas colocando press?o nos colaboradores, v?o obter resultado”, sintetiza. Na prática, n?o é o que ocorre.

“Vejo com muita preocupaç?o a quest?o do Burnout, especialmente porque o cenário de press?es ainda vai se intensificar”, argumenta Alfieri Casalecchi, gerente corporativo do Grupo Amil e profissional em constante contato com executivos de organizaç?es de diversos segmentos. Ele considera que os executivos deveriam conhecer melhor seus limites físicos e emocionais. “A repetiç?o do sucesso nos negócios acaba nos passando uma sensaç?o de que somos super-homens ou super-mulheres e, é neste momento, que podemos passar do ponto”, justifica Alfieri ao citar exercícios físicos e a vida em família como excelentes soluç?es para se evitar o Burnout.

Uma medida eficaz para lidar com a quest?o está na aplicaç?o de questionários, ponto de partida no processo de diagnóstico e da mediç?o do nível de Burnout em um profissional ou em um grupo de profissionais

Reduzir o excesso de horas de trabalho e a sobrecarga de tarefas nas m?os de uma pessoa só, definir metas, transferir o profissional de setor ou funç?o e aumentar o nível de escuta e respeito aos profissionais s?o, na análise do Dr. Paulo Cesar, alguns “remédios” que os gestores de pessoas podem oferecer ao ambiente de trabalho para tratar o Burnout.

O suporte da Psicologia é também um caminho eficaz para evitar ou lidar com o Burnout. Motivada pela falta de conhecimento dos profissionais que pesquisavam apenas o estresse, a Drº Maria Fernanda Marcondes, psicóloga-clínica com ênfase na abordagem cognitivo-comportamental, passou em 2004 a estudar e trabalhar com o Burnout. Para tratar esta síndrome pela terapia cognitivo-comportamental, ela utiliza procedimentos que incluem o relaxamento por meio de uma respiraç?o pelo abdômen que melhora a oxigenaç?o do cérebro, entre outros; “afinal, é um dos sintomas do estresse e do Burnout é a respiraç?o curta das pessoas”, explica. A Drº Maria Fernanda revela que profissionais com Burnout costumam ter explos?es de raiva, mas também podem apresentar apatia, dificuldade para engolir alimentos sólidos, sentimento de solid?o, falta de concentraç?o, entre outros sintomas.

“Para lidar com o Burnout trabalho com a respiraç?o da situaç?o que causou a síndrome, o que possibilita à pessoa ter uma nova vis?o do mundo, pois pensamentos adequados geram comportamentos adequados”, esclarece. Por meio da ressignificaç?o, quando o significado se modifica, as respostas e comportamentos da pessoa também se modificam.

Precisamos ser mais pró-ativos, segundo asseguram os Drs. Paulo Cesar e Maria Fernanda. EUA e Europa, por exemplo, tratam do tema motivados por uma forte preocupaç?o: o Burnout está gerando perda de talentos às organizaç?es locais. No Jap?o, o Burnout é caso de saúde pública, pois as autoridades locais já tomaram consciência de que esta é causa da maioria dos suicídios.

“Seria muito mais econômico atuar na prevenç?o do problema do que gastar com o afastamento de funcionários”, argumenta a Drº. Maria Fernanda. Na vis?o do Dr. Paulo Cesar, é vital que os Rhs sensibilizem seus líderes para o fato de que a Síndrome de Burnout atinge a raiz do negócios das empresas: suas melhores pessoas. Acesse www.abrhrj.org.br e preencha um mini-questionário capaz de identificar tendências de Burnout.


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Este post foi publicado em 01/01/2010 às 00:00 dentro da(s) categoria(s): Notícias.
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