Nos dias 7 e 8 de novembro realizou-se, na Academia Brasileira de Letras, o seminário “Os Trabalhadores na Literatura Brasileira “. O evento surgiu devido à demanda que o Sindicato identificou durante a Bienal 2007, quando participou com um estande e lançou mais de 30 livros de professores sindicalizados que não tinham espaço para fazê-lo. Além das criações da categoria, o Sinpro-Rio também detectou uma procura da mídia por obras que tivessem professores e trabalhadores em geral como tema central.
O Sinpro-Rio reconheceu este como um tema muito abrangente e que ainda não havia sido posto em pauta. O seminário teve como objetivo discutir o lugar do trabalhador na sociedade, de que forma nossa produção literária expressa o trabalho e o trabalhador brasileiro, quais os perfis dos trabalhadores ilustrados na literatura e que desafios a contemporaneidade traz para a literatura brasileira; além, é claro, de ser “um multiplicador da memória do trabalho e um compromisso com a memória do Sindicato” como disse Wanderley Quêdo em seu discurso de abertura.
No primeiro dia, tivemos a presença de Moacyr Scliar, médico, professor universitário, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, falando sobre “o engajamento social na literatura brasileira ” e Ana Miranda, poetisa e romancista, que falou sobre o “trabalho criativo”.
Moacyr apresentou escritores brasileiros engajados e comprometidos com diferentes causas como José de Alencar, que defendia as causas indígenas, em suas obras, principalmente em O Guarani, “o índio era um indivíduo idealizado, bom selvagem; e muitas pessoas mudaram de idéia em relação aos índios graças a José de Alencar; assim como aos negros, graças a Castro Alves” e de Jorge Amado que, segundo ele, “colocou sua obra a serviço da causa comunista”. Scliar falou também de Gregório de Mattos, de Lima Barreto, de Graciliano Ramos e suas descrições do nordestino pobre explorado; de Érico Veríssimo, Antônio Torres, João Antônio e Ignacio de Loyola, e concluiu dizendo: “Hoje em dia a questão do engajamento é problemática. A maioria dos escritores são rebeldes em busca de uma causa. O colégio e a faculdade podem mostrar aos jovens os autores engajados e aprender com eles, sabendo separar o que eles disseram de certo do que eles disseram de errado”.
Ana Miranda pautou sua apresentação num olhar feminino, interiorizado e subjetivo do mito de Sísifo, que depois de muitas malícias e truques foi condenado, por toda a eternidade, a rolar uma grande pedra de mármore até o cume de uma montanha, e toda vez que ele quase alcançava o topo, a pedra rolava novamente até o ponto de partida por meio de uma força irresistível; denominando assim de “Trabalho de Sísifo” uma tarefa que envolve esforços inúteis. Ana falou sobre a oscilação de prazer e fardo que o trabalho apresenta não só no mito como nos dias de hoje e que “biblicamente, o trabalho nasce como uma punição, mas é exatamente o trabalho que vai nortear a sociedade, as políticas e as relações sociais”.
Após as palestras, iniciou-se um debate em que a categoria foi extremamente participativa. Foram abordados temas como mulheres e professores na literatura, a censura a livros e textos nos anos da ditadura; e os personagens Jeca Tatu, Macunaíma, Macabéa e Olga (Triste fim de Policarpo Quaresma). Todos os presentes saíram ansiosos pelas palestras do dia seguinte.
Confira a notícia sobre o segundo dia do Seminário e alguns depoimentos aqui.
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Nos dias 7 e 8 de novembro realizou-se, na Academia Brasileira de Letras, o seminário “Os Trabalhadores na Literatura Brasileira “. O evento surgiu devido à demanda que o Sindicato identificou durante a Bienal 2007, quando participou com um estande e lançou mais de 30 livros de professores sindicalizados que não tinham espaço para fazê-lo. Além das criações da categoria, o Sinpro-Rio também detectou uma procura da mídia por obras que tivessem professores e trabalhadores em geral como tema central.
O Sinpro-Rio reconheceu este como um tema muito abrangente e que ainda não havia sido posto em pauta. O seminário teve como objetivo discutir o lugar do trabalhador na sociedade, de que forma nossa produção literária expressa o trabalho e o trabalhador brasileiro, quais os perfis dos trabalhadores ilustrados na literatura e que desafios a contemporaneidade traz para a literatura brasileira; além, é claro, de ser “um multiplicador da memória do trabalho e um compromisso com a memória do Sindicato” como disse Wanderley Quêdo em seu discurso de abertura.
No primeiro dia, tivemos a presença de Moacyr Scliar, médico, professor universitário, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, falando sobre “o engajamento social na literatura brasileira ” e Ana Miranda, poetisa e romancista, que falou sobre o “trabalho criativo”.
Moacyr apresentou escritores brasileiros engajados e comprometidos com diferentes causas como José de Alencar, que defendia as causas indígenas, em suas obras, principalmente em O Guarani, “o índio era um indivíduo idealizado, bom selvagem; e muitas pessoas mudaram de idéia em relação aos índios graças a José de Alencar; assim como aos negros, graças a Castro Alves” e de Jorge Amado que, segundo ele, “colocou sua obra a serviço da causa comunista”. Scliar falou também de Gregório de Mattos, de Lima Barreto, de Graciliano Ramos e suas descrições do nordestino pobre explorado; de Érico Veríssimo, Antônio Torres, João Antônio e Ignacio de Loyola, e concluiu dizendo: “Hoje em dia a questão do engajamento é problemática. A maioria dos escritores são rebeldes em busca de uma causa. O colégio e a faculdade podem mostrar aos jovens os autores engajados e aprender com eles, sabendo separar o que eles disseram de certo do que eles disseram de errado”.
Ana Miranda pautou sua apresentação num olhar feminino, interiorizado e subjetivo do mito de Sísifo, que depois de muitas malícias e truques foi condenado, por toda a eternidade, a rolar uma grande pedra de mármore até o cume de uma montanha, e toda vez que ele quase alcançava o topo, a pedra rolava novamente até o ponto de partida por meio de uma força irresistível; denominando assim de “Trabalho de Sísifo” uma tarefa que envolve esforços inúteis. Ana falou sobre a oscilação de prazer e fardo que o trabalho apresenta não só no mito como nos dias de hoje e que “biblicamente, o trabalho nasce como uma punição, mas é exatamente o trabalho que vai nortear a sociedade, as políticas e as relações sociais”.
Após as palestras, iniciou-se um debate em que a categoria foi extremamente participativa. Foram abordados temas como mulheres e professores na literatura, a censura a livros e textos nos anos da ditadura; e os personagens Jeca Tatu, Macunaíma, Macabéa e Olga (Triste fim de Policarpo Quaresma). Todos os presentes saíram ansiosos pelas palestras do dia seguinte.
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Este post foi publicado em
01/01/2008 às
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