Jornal do Professor – Ano L – nº 212 – Outubro, Novembro e Dezembro 2009

Ano L – nº 212 – Outubro, Novembro e Dezembro 2009 TOPO


Editorial

RETROSPECTIVA DE LUTAS

A PAUTA DO SINDICATO TEM SIDO EXTENSA E ESTÁ LONGE DE ACABAR

O Sinpro-Rio, até o momento, além das Campanhas Salariais e de Condições de Trabalho e Saúde, participou de fóruns importantíssimos para os trabalhadores, alguns especialmente para os(as) professores(as). Em março – nos dias 28 e 29 – estivemos presentes no Congresso Sindical da Federação Estadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (7º Consind-Feteerj), em Nova Friburgo.

Em junho – 19, 20 e 21 – participamos do 14º Congresso Estadual da CUTRJ (Cecut-RJ), em Miguel Pereira. Em agosto, foram dois eventos, ambos em São Paulo: o 10º Congresso Nacional da CUT (Concut), nos dias 5, 6 e 7; e o 7º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Conatee), nos dias 28, 29 e 30. Participamos e apoiamos a organização das duas etapas da Conferência

Municipal da Educação-Rio, com a primeira Etapa Preparatória, no dia 27 de junho; e a Conferência Intermunicipal, nos dias 12 e 13 de setembro. Também participamos e apoiamos a realização das Conferências Nacionais de Educação (Conaes) de Paracambi, Seropédica e Itaguaí. Participamos ainda da 14ª Bienal do Livro, de 10 a 20 de setembro, trabalho também árduo da Diretoria. Por nosso estande passaram diariamente mais de 1.000 pessoas por dia.

O Sinpro-Rio ainda organizou, pelas Campanhas Salariais e de Condições de Trabalho e Saúde, ações políticas e atos públicos em Campo Grande, Madureira, Cinelândia e Botafogo. Solicitou e participou de audiências públicas na Câmara de Vereadores do Rio; na Assembleia Legislativa; nos conselhos Municipal e Estadual de Educação do Rio, além de promover seminários na sede e subsedes para divulgar estas campanhas.

A pauta de lutas do sindicato tem sido extensa e está longe de acabar: estaremos presentes nas etapas estadual (26, 27 e 28 de novembro) e nacional da Conae (31 de março a 4 de abril de 2010). De todos os eventos e atividades acima, é preciso destacar dois: a Campanha Salarial da Educação Superior e a luta pelo Calendário Único, ambas com desdobramentos.

Na Campanha Salarial da Educação Superior de 2009, o patronato apresentou uma proposta de profundas modificações na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), acenando, inclusive, com a aplicação da famigerada Emenda 45, que só permite o julgamento do Dissídio Coletivo pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) se as partes envolvidas no conflito concordarem com a sua arbitragem, correndo-se então o risco da extinção do Dissídio Coletivo. Diante disso, passamos a resistência cláusula por cláusula da CCT, defendendo os direitos e as conquistas da nossa categoria. Foram 25 paritárias em que vivemos momentos de tensão diante das tentativas patronais em alterar e retirar direitos históricos do professor. A luta, a resistência e o envolvimento da categoria representaram peças centrais em todo o processo negocial, que culminou com a última assembleia da categoria, em 10 de outubro, quando os professores aprovaram a proposta de CCT com vigência para dois anos (2009/2010).

Uma conquista, sem perdas, podemos avaliar, sobretudo porque mantevese na sua integralidade e coerência uma CCT histórica, um patrimônio de lutas dos professores da Educação Superior do Município do Rio de Janeiro.

É importante lembrar também que a manutenção da cláusula do Plano de Carreira, Cargos e Salários é fundamental para a luta permanente da valorização da profissão docente e indica os parâmetros de luta da categoria nas IES privadas onde atuam.

A luta pelo Calendário Escolar Unificado deu mais um passo à frente. No dia 22 de setembro último, o Projeto de Lei 297/ 09 instituiu o Calendário Escolar Unificado para a rede pública e o setor particular de ensino foi aprovado sem nenhum voto contra na Câmara dos Vereadores do Rio. De autoria do presidente da Comissão de Educação e Cultura da Casa – o vereador Reimont – o projeto tem como objetivo garantir a simultaneidade e integralidade das férias escolares em janeiro e o recesso de julho para todos os profissionais de educação.

A posição do sindicato patronal – expressa através de notas de jornais -, contrária à adoção do Calendário Escolar Unificado é, para nós, equivocada, pois não leva em consideração o próprio texto do projeto de lei, que estabelece a obrigatoriedade do respeito às disposições da Lei nº 9.394/96, a chamada Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB); obriga a formação de uma Comissão Plural para sua implementação com representantes da sociedade civil organizada, inclusive o sindicato patronal, e dos governos municipal e estadual; e que ainda recebeu da Comissão de Justiça da própria Câmara Municipal parecer pela constitucionalidade do projeto.

Entendemos que a saúde do professor é elemento essencial do seu desempenho profissional e, consequentemente, das condições de qualidade da própria educação. Nesse sentido, a implantação de um calendário escolar unificado para o município do Rio de Janeiro é, na prática, um benefício para a educação, para os profissionais que nela trabalham, para as famílias e para a sociedade como um todo.

Portanto, professor(a), precisamos avançar, a luta continua e é importante que o prefeito sancione o PL 297/09 e que a Comissão Plural seja instituída e cumpra seu objetivo, já para 2010: estabelecer parâmetros mínimos para um Calendário, ainda longe de ser Único, a menos com as férias e os recessos concomitantes garantidos.

Professor(a), diante dessas questões, o Sinpro-Rio propõe:

Na luta pelo Calendário Escolar Unificado, a manutenção da mobilização da categoria em seu local de trabalho e na sociedade divulgando nossa luta, e ficar atento aos próximos passos para a implantação deste direito não só do professor, mas da sociedade como um todo.

Na Educação Superior, convocamos os(as) professores(as) a integrarem o Fórum Permanente da Educação Superior, mantido por decisão de assembleia, no dia 10 de novembro, com a finalidade de discutir e propor linhas de ação ao Sinpro- Rio em questões mais relevantes da categoria, como as enumeradas acima.

Educação não é mercadoria!
Professor, participe desta luta! Sindicalize- se!

A Diretoria

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Campanha Salarial

EDUCAÇÃO SUPERIOR

DEPOIS DE SETE MESES DE NEGOCIAÇÕES, PROFESSORES APROVAM CCT COM VALIDADE DE DOIS ANOS

A Campanha Salarial da Educação Superior deste ano teve uma exaustiva sobrevida de sete meses: de abril a outubro, um tempo de resistência e luta contra a investida feroz do patronato que, organizado, a cada rodada de negociação, insistia em colocar em prática seus ditames de ordem nacional de retirada de direitos e conquistas históricas dos professores do Rio de Janeiro.

Durante todo o processo, a categoria, reunida nas várias assembleias de avaliação, teve a clara consciência de que estava na ordem do dia o desmonte e mutilação de nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que, no setor de Educação Superior, é considerada como uma das melhores do país, pois, além das cláusulas de conquistas profissionais (como as relativas aos Planos de Cargos e Salários e pisos salariais), sustenta vários êxitos consagrados, já incorporadas ao próprio imaginário da categoria a exemplo das cláusulas 23ª e 24ª, que significam verdadeira barreira contra as práticas patronais de demissões no meio do ano letivo.

No dia 10 de outubro, finalmente, findou o processo paritário de negociações, materializado pela resistência e consciência da categoria, que soube compreender a luta do seu Sindicato neste momento histórico bastante adverso para mobilização da própria classe trabalhadora.

Apesar da nossa resistência, o rumo das negociações nos levou a acordar novas condições para a cláusula de aprimoramento acadêmico para novas contratações, compreendendo apenas duas categorias: Mestrado e Doutorado com novos percentuais.

No entanto, o contraditório se fez, pois o próprio amadurecimento das partes em litígio durante todo o processo negocial, nos permitiu preservar em quase toda a sua integridade nossa CCT – principal instrumento de defesa de direitos e conquistas dessa importante parcela da categoria que atua na Educação Superior no Rio de Janeiro, que tem em mãos uma bela Convenção Coletiva, fundamental instrumento de defesa de direitos e de regulamentação das atividades da categoria.

Um bom exemplo refere-se à questão do Regime de Tempo Integral (RTI) – uma nova cláusula foi acordada. Somente agora, durante as negociações salariais, o patronal se dispôs a iniciar o seu processo de regulamentação. Um tema apontado pelo próprio Plano Nacional de Educação (PNE) há 10 anos. É conveniente lembrar ainda que, de acordo com legislação educacional vigente, as Universidades estão obrigadas a apresentar, até dezembro de 2009, 1/3 de seus quadros no regime de 40h, bem como 1/5 para os Centros Universitários.

Em ambos os casos a convenção prevê:

ATÉ 20H – EM SALA DE AULA;

Demais tempos – projetos de pesquisa e extensão, atividades extraclasses voltadas essencialmente para a produção acadêmica, orientação de teses, entre outras atividades acadêmico- siteistrativas.

Apesar disso, só após enfrentarmos uma ferrenha resistência patronal, conseguiu- se uma cláusula que disciplina o assunto, garantindo-se o pagamento de 20 horas-aulas integrais, independente da carga horária do professor, além dos demais tempos das atividades extraclasse.

COMPANHEIRO(A) PROFESSOR(A),

A Convenção Coletiva ora assinada nos instrumentaliza para a continuidade da nossa luta e seus desdobramentos políticos para novas conquistas que, necessariamente tem que envolver o Sindicato e a categoria, objetivando:

• Preservar nossas conquistas, que não estão dadas nem são permanentes. Isso significa fazer cumprir o acordo celebrado;

• Lutar, em cada IES privada, com vistas à efetiva implantação dos Planos de Cargos e Salários, agora balizados na própria CCT – uma conquista e fundamental instrumento para a nossa luta de valorização da profissão docente; e

• Organizar, em cada IES, Associação de Docentes (ADs), de acordo com princípio de organização dos trabalhadores por locais de trabalho – instrumento de luta e veículo de resistência, diante do quadro de superexploração da categoria e descumprimento da legislação trabalhista e educacional por parte de muitas instituições particulares. Sindicalize-se, valorize e fortaleça o seu Sindicato como instrumento de seus direitos e de luta coletiva.

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Campanha Salarial

A LUTA CONTINUA

Apesar de a Convenção Coletiva de Trabalho ter sido aprovada, os professores da Educação Superior continuam debatendo os problemas do setor. No dia 10 de novembro, o Sinpro-Rio realizou a 8ª Reunião do Fórum Permanente do Ensino Superior, com o objetivo de produzir uma discussão qualificada dos problemas que afetam a categoria. A mesa foi composta pelo presidente do Sindicato, professor Wanderley Quêdo; pelo representante da Comissão de Educação Superior, professor Paulo Cesar Ribeiro; e pela assessora técnica para questões ligadas ao setor, professora Aparecida Tiradentes. Nesta edição foram debatidos a celebração do Acordo Coletivo 2009; plano de carreira; Conae e estratégias de ação. O fórum teve uma edição itinerante, no dia 19 de setembro, no estande do Sinpro-Rio na XIV Bienal do Livro, que contou com a presença do professores Felipe Pena, autor do livro “O analfabeto que passou no vestibular”; e Nelson Joaquim, autor de “Direito educacional”.

O fórum, promovido pela Comissão de Educação Superior, tem como objetivo produzir uma discussão qualificada dos graves problemas que afetam esse segmento do ensino.

COMISSÃO MARCA PRESENÇA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALERJ

No dia 5 de novembro foi realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), por convocação da Comissão de Trabalho, audiência pública sobre a grave crise que afeta a Universidade Candido Mendes (Ucam). O Sinpro-Rio esteve representado por seu vice-presidente, Antonio Rodrigues; e pela coordenadora da Comissão de Educação Superior, Magna Corrêa.

PROFESSORES(AS) DA SUESC: AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA 26 DE NOVEMBRO

As comissões de Ensino, Trabalho e Defesa do Consumidor da Alerj convocam professores e gestores da Suesc e representantes do Sinpro-Rio, da 1ª e 3ª Região do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Federal, da 4ª Delegacia Policial, da Superintendência Regional do Trabalho (antiga DRT), da Superintendência e da Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do MEC e, a convite o Sinpro do Paraná; para audiência pública, a ser realizada no dia 26 de novembro, na sala 311 da Alerj; onde será analisada a seguinte pauta: demissões em massa e assédio moral.

 

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Jurídico

REPOSIÇÃO DE AULAS

QUALQUER CONVOCAÇÃO EXTRA DEVE SER REMUNERADA

O contrato de trabalho do professor prevê claramente os dias e horários em que o profissional deve exercer sua atividade. Fora desses horário e dia, quando convocado, ainda que com seu aceite, o professor deverá ser remunerado à parte. Em se tratando de atividade extra, é devida ao professor sua remuneração, acrescida de 50%, como preconiza a lei.

No caso da reposição das aulas motivada pela interrupção do calendário escolar devido ao surto de gripe A, o princípio, em tese, é o mesmo, haja vista que o professor deverá cumprir uma carga horária extra. Independentemente de que o fato gerador dessa atividade extra foi promovido independentemente da vontade do empregador, o fato é que o professor está sendo convocado para uma atividade extraordinária.

Quanto à reposição, é fundamental esclarecer que os professores que trabalham sábado não estão obrigados QUALQUER CONVOCAÇÃO EXTRA DEVE SER REMUNERADA a fazer a reposição neste dia, nem tampouco pode ser descontado, caso a instituição de ensino o escale para a reposição.

O mesmo princípio vale para os professores que foram convocados para reposição em turno em que ele já leciona em outro estabelecimento. Professor, informe ao Sinpro- Rio se sua escola não está lhe pagando o adicional de 50% devido nas aulas extras, ministradas em função da reposição.

 

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Jurídico

VITÓRIAS DO SINPRO-RIO

QUALQUER CONVOCAÇÃO EXTRA DEVE SER REMUNERADA

COLÉGIO SAGRES

Na audiência do dia 21 de setembro, o colégio se comprometeu a apresentar os valores devidos aos professores, referentes aos salários não pagos de abril e maio de 2006. Encaminhamos também à instituição solicitação para apresentação, no dia 19 de outubro, os valores devidos referentes aos salários de maio de 2009 e 13º de 2008 para acordo extrajudicial.

NOTRE DAME

O Colégio Notre Dame foi condenado pelo Juízo da 37ª Vara Trabalhista a indenizar com acréscimo e 50% as horas extras trabalhadas por um professor que acompanhou os alunos do estabelecimento de ensino a um evento no Rio Grande do Sul.

COLÉGIO GOVERNADOR

Foi condenado à revelia. O processo agora vai para a execução.

COLÉGIO RIVER

Foi condenado à revelia. O processo agora vai para execução.

INSTITUTO ISABEL

Um professor ingressou com reclamação trabalhista contra o Instituto Isabel, solicitando rescisão indireta por ausência de pagamento de salários. O Juízo da 37ª Vara Trabalhista condenou a IES a pagar as verbas rescisórias devidas, bem como impôs uma indenização por danos morais, no valor de cinco salários recebido pelo professor, em face de o mesmo não receber seus salários no quinto dia útil.

CANDIDO MENDES

Foi condenada a pagar R$ 50 mil como indenização por danos morais a um professor que ingressou com reclamação trabalhista em face das reduções constantes em sua carga horária.

LICEU FRANCO-BRASILEIRO

Em audiência no dia 14 de agosto, a escola se comprometeu a informar, em 30 dias, as providências tomadas para a atualização do saldo do FGTS dos professores.

SOUZA MARQUES

Nos dias 15 e 16 de setembro de 2009, começamos a pagar a segunda parcela do acordo feito entre o Sinpro-Rio e a IES no processo histórico desde 1978. O acordo prevê o pagamento da dívida em quatro parcelas.

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Jurídico

REFORMA SINDICAL

EMENDA 45 E SEUS REFLEXOS NA VIDA DO TRABALHADOR

O Anteprojeto de Lei das Relações Sindicais – chamado de Reforma Sindical – não foi votado no Congresso e ainda que trouxesse, no seu bojo, avanços significativos aos trabalhadores, traria também a possibilidade de mediação dos conflitos trabalhistas pela Justiça Trabalhista e Órgão Arbitral, com a anuência dos envolvidos. Mas essa reforma implicava mudanças na Constituição.

A ref orm a não veio, mas as mudanças na Constit uição, sim , com o advento da E men da 45, q ue alterou o Artigo 1 14 da Carta Magna, pe rmitindo que os co nf lit os e ntre empre g ados e empregador es só p ude s s em s er dirimidos pe la Justiça do Trabalho com o expresso co nsentimento das partes envo lv i das.

Tal modificação se, por um lado obrigou os sindicatos a uma ampla negociação, permitiu também que os empregadores se valessem desse artificio para adiar a assinatura de acordo e convenções que garantem as condições mínimas do trabalhador.

No Rio de Janeiro, um exemplo notório desta atitude antissindical veio do Sindicato dos Empregadores de Cursos Livres (Sindilivre), que protela, de forma acintosa, a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com o Sinpro-Rio , deixando os professores de cursos de línguas e outras modalidades sem o respaldo mínimo de seus direitos. O mesmo procedimento foi praticado pela Santa Casa de Misericórdia do Rio, não obstante nas Paritárias com o Patronato do Ensino Superior ter ficado claro também que a anuência para um possível julgamento do Dissídio Coletivo não seria dado pelo Semerj. Daí a Convenção Coletiva da Educação Superior só ter sido fechada após 25 reuniões ao longo de sete meses.

 

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Jurídico

Caro(a) professor(a),

O Departamento Jurídico tem enfrentado diversos problemas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio e, em muitos casos, na tentativa de estar sempre aperfeiçoando o atendimento e as estratégias que possam permitir ao professor maior agilidade no atendimento e no recebimento de seus créditos nas reclamações ajuizadas, é possível que tenhamos, que alterar o advogado que lhe atendia. Para que o professor fique sempre “em dia” com seu andamento processual existe o atendimento feito pelos nossos estagiários, mas dúvidas são tiradas com os advogados.

PROF. MARCIO FIALHO, diretor do
Departamento Jurídico

 

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Jurídico

JURÍDICO EM AÇÃO

SUAM – Em face da negativa da IES de aceitar proposta do Sinpro-Rio para a apresentação de um calendário de pagamento, ingressamos com reclamação trabalhista na Justiça do Trabalho. Recebemos também resultado de fiscalização da DRT/RJ, que autuou a IES pelos não pagamentos salariais, no prazo legal, bem como a falta de recolhimento de FGTS.

PRINCESA ISABEL – O colégio foi condenado, em ação movida pelo Sindicato, a pagar salários até o quinto dia útil do mês, sob pena de multa pecuniária. Mais uma vitória do Sindicato e dos professores daquele estabelecimento de ensino.

LEMOS CUNHA – Voltou a atrasar salários e ainda não quitou o 13º de 2008. Foi convocado pelo Sinpro-Rio a dar esclarecimentos, mas não compareceu. Continuaremos a exigir da escola o cumprimento da legislação vigente.

COLÉGIO OTERO DE SOUZA (HUMANITAS) – Foi convocado pelo Sindicato para dar explicações sobre o atraso no pagamento dos salários e o não recolhimento do FGTS, mas não compareceu. Continuaremos a exigir da escola o cumprimento da legislação vigente.

ESCOLA PARQUE – Foi convocada a comparecer ao Sinpro-Rio no dia 5 de outubro para prestar esclarecimento sobre pagamento diferenciado de professores no Ensino Médio nas unidades Gávea e Barra. A escola não compareceu e será novamente reconvocada, para os esclarecimentos devidos.

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Jurídico

MAIS

INDENIZAÇÃO ESPECIAL

O Sinpro-Rio vem travando uma árdua luta com as IES que insistem em desrespeitar a CCT, no que tange ao pagamento da indenização constante na Cláusula 24, a ser paga a todo professor dispensado.

Ao perceber a movimentação de algumas IES em não pagar a indenização que representa – dependendo do período de dispensa do professor – até três salários a mais, num período penoso ao docente, solicitando a ressalva no Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT), imediatamente tomamos um conjunto de medidas que fez com que diversas IES recuassem dessa pretensão. Ainda nos deparamos com artifícios como aquele utilizado pela Suam, que marcou a homologação de um professor da município do Rio de Janeiro na DRT de Petrópolis. Comunicamos o fato à Superintendência Regional do Trabalho (SRT) e solicitamos explicações à IES. Toda essa resposta dura do Sinpro-Rio a esta articulação resultou na manutenção da referida cláusula na atual CCT que estamos em vias de assinar com o Semerj.

HOMOLOGAÇÃO É NO SINPRO-RIO

A legislação trabalhista define claramente que, no caso do professor, a homologação de seu distrato de contrato de trabalho (período em que o professor recebe suas verbas rescisórias) deve ser feita no sindicato da categoria e, no nosso caso, o Sinpro-Rio. Assim, não aceite fazer sua homologação em Tribunais Arbitrais. Esta pratica é ilegal e visa a obstar seu direito de receber seus créditos trabalhistas rigorosamente na forma da lei. Denuncie ao Sinpro- Rio se esta prática vem sendo cometida pela escola que lhe dispensou, para que possamos tomar as medidas cabíveis.

 

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Jurídico

ATENÇÃO

PROFE SSORES DA CELSO LISBOA

O acordo para quitação de verbas salariais feito entre o Sinpro-Rio e o Centro Universitário Celso Lisboa contemplava o pagamento in te gral de todos os débitos trabalhista s existentes de forma atualizada e corrigida, além de obriga r a Celso Lisboa, na hipótese de descumprimento, ao pagamento de multas, que passaram a integra r em definitivo o contrato de trabalho dos professores beneficiários.

Uma das multas estipuladas corres ponde a 1% da remuneração me nsal, caso o salário não seja quitado até o 1 0° dia útil do mês subsequente ao vencido. Esta m ulta deve se r quitada pela instituição, em conjunto com a remuneração do mês seguinte ao atras o. Assim, para que o Sinpro-Rio tome as providências cabíveis, informe- nos o(s) me s(es) em que houve atraso no pagamento dos seus salários.

15 DE OUTUBRO É FERIADO NACIONAL

O Decreto nº 52.68 2, de 19 63, prevê que o dia 15 de outubro é considerado feriado nacional. Assim sendo, nenhum estabelecimento particular de ensino poderá convoca r professor par a qualquer atividade nesse dia. Sesuaesc ola lhe convocou para reunião, conselho e classe ou o utra atividade qualquer, ou ainda “trocou ” o feriado por folga em outro dia d a semana, informe ao Sinpro-Rio para que possamos tomar as providencia s cabíveis.

 

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Educação Infantil

FÓRUM PERMANENTE

EM SUA TERCEIRA EDIÇÃO, O EVENTO DEBATE A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR

A assembleia do Fórum Permanente de Educação Infantil/RJ, que acontece toda primeira terça-feira do mês, teve sua edição de setembro realizada no auditório do Sinpro-Rio, na sede do Centro. Desta vez, as discussões foram sobre a formação continuada do professor. A mediadora, Léa Tiriba, recebeu as palestrantes Madalena Freire e Maria Cecília Almeida e Silva para falarem sobre o Instituto de Educação Superior Pró-Saber.

Antes da exposição dos pontos principais do Instituto, Wanderley Quêdo, presidente do Sinpro-Rio, deu boasvindas aos presentes e apresentou, em linhas gerais, o trabalho do Sindicato. Wanderley também reforçou a importância das condições de trabalho e saúde do professor e de um calendário unificado para as escolas do Rio de Janeiro, que já foi aprovado o Projeto de Lei 297/09, por unanimidade, pela Câmara dos Vereadores. Em seguida, Fernanda Nunes, professora da Unirio, falou sobre o objetivo do Fórum para os que participavam dele primeira vez.

A primeira palestrante a tratar do Instituto Pró-Saber foi Maria Cecília Almeida, que falou basicamente dos objetivos do programa, que trabalha na formação continuada de professores, oferecendo Curso Normal Superior em Pedagogia para quem já atua na Educação. A educadora ressaltou o fato de o curso ter unidades espalhadas em 23 comunidades populares do Rio de Janeiro.

Em seguida, Madalena Freire tratou da forma como o curso se desenvolve durante os três anos de duração e de sua linha pedagógica. Para ela, o objetivo principal é acabar com alguns ponto óbvios desse segmento do ensino. Para isso, ele se desenvolve em três partes: na primeira fase, o objetivo é o questionamento de alguns paradigmas da Educação Infantil. Logo após, o aluno se depara com os principais autores, em condições de confrontá-los com suas dúvidas. Por último, como resultado de tudo, o aluno desenvolve uma monografia.

Madalena ainda destacou que grande parte do curso acontece com trabalhos em grupo. Para ela, o processo educacional não acontece como se fosse um monólogo.

– Educar é criar vínculos – declarou Madalena, ressaltando a importância de que o educador entenda o aluno e sinta-se estimulado a educá-lo. Para ela, o processo de aprendizagem não é natural e é preciso “certa agressividade”, como a própria educadora ressaltou

 

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Educação Infantil

CARTA DE MACEIÓ

17º CONGRESSO BRASILEIRO DE ED. INFANTIL PRODUZ DOCUMENTO PELA ALTERAÇÃO NO PEC Nº 277/2008

Na última edição do Jornal do Professor, foi destacada a participação do Sinpro-Rio como integrante da delegação do Rio de Janeiro – através da professora Ireni Felizardo – no 17º Congresso Brasileiro de Educação Infantil realizado em julho deste ano, em Maceió. O evento, promovido pela Organização Mundial para Educação Pré-escolar (Omep), produziu um documento, denominado Carta de Maceió, que foi enviada ao Congresso Nacional, ao Ministério da Educação e à sociedade civil. Esse documento teve como tônica a luta pela alteração no Projeto de Emenda Constitucional (PEC) nº 277/2008 que tramita na Câmara e torna obrigatório o ensino no Brasil dos quatro aos 17 anos, mas deixa fora dos investimentos da educação as crianças de zero a três anos. Dada sua importância, destacamos alguns tópicos que consideramos de maior interesse dos(as) professores(as) de Educação Infantil:

A Educação Infantil em nosso país vem alcançando reconhecimento social e político que corresponde ao seu papel no desenvolvimento da criança, na formação das estruturas sociais, afetivas e cognitivas que condicionam as aprendizagens ao longo da vida; Vem se construindo no Brasil a concepção de Educação Infantil como um processo único e contínuo, do nascimento aos seis anos de idade, em que cuidar e educar são aspectos essenciais e inseparáveis, superando a nefasta divisão entre assistencialismo para as crianças pobres e educação para os filhos das famílias aquinhoadas; A existência e destinação dos recursos financeiros têm a ver com concepções e decisões políticas sobre as necessidades sociais. Ora, os direitos da criança constituem prioridade absoluta (Art. 227 da Constituição Federal), mas não são assim considerados nos orçamentos públicos.

A Pré-escola tende a se universalizar em atenção à demanda manifesta, alcançando atualmente 76% das crianças de quatro e cinco anos de idade, quando a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), para 2010, é de 80%;

A Creche sofre enorme atraso: apenas 17% das crianças de zero a três anos são atendidas, frente à meta do PNE de 50%, para 2010;

DIRIGIMO-NOS AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, RECOMENDANDO:

Acompanhamento da distribuição dos Indicadores de Qualidade na Educação Infantil para as Creches e Pré-escolas, para que se assegure sua efetiva aplicação; Análise da situação dos auxiliares que atuam na Educação Infantil na função de professor, tendo como referência a Política Nacional de Educação Infantil; Criação de um programa nacional de formação continuada dos professores de Educação Infantil conforme a meta estabelecida no PNE 2001-2011 (Meta 7 do capítulo de Educação Infantil); Atuação da Secretaria de Educação Superior (Sesu) junto às instituições federais de Ensino Superior visando à adequada inserção de Educação Infantil no currículo dos cursos de Pedagogia, considerando a Resolução CNE de 1° de maio de 2006 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.

DIRIGIMO-NOS À SOCIEDADE BRASILEIRA ALERTANDO SOBRE:

Os riscos que a exigência de aprendizagens e desempenho precoces trazem para a saúde mental e psicológica das crianças que, ao suprimirlhes o tempo de brincar, suprimem também sua infância;

A oportunidade que o tempo de eleições para os cargos de presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais abre para identificar os candidatos sensíveis aos direitos da criança e escolher aqueles que se comprometem com a Educação Infantil e outros direitos fundamentais para seu desenvolvimento e formação integral.

 

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Educação Infantil

DELIBERAÇÃO Nº 15

“.. Art. 12 – Os critérios para organização de grupos decorrerão das especificidades do Projeto Político- Pedagógico, atendida a seguinte relação, criança/profissional, considerando professor e auxiliar…”

Este trecho acima é um dos artigos da Deliberação nº 15 de 29 de maio de 2007, que fixa normas para autorização de funcionamento de instituições privadas de Educação Infantil, no sistema de ensino do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências.

Professor(a), para ler a Deliberação na íntegra, acesse o site www.sinpro-rio.org.br

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Notícias

ISERJ: TRADIÇÃO EM FORMAR EDUCADORES

Com mais de 100 anos de existência e com uma educação de qualidade, o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj) é considerada umas das referências em Licenciatura para o Magistério da Educação Básica. Representando a entidade, a atual diretora, professora Sandra Santos, concedeu uma entrevista ao Jornal do Professor, em que conta como funciona, estrutura-se e é gerida politicamente essa instituição.

JP: O que é o Iserj? Qual o seu lugar na rede pública de educação?

SANDRA SANTOS: O Iserj é uma instituição centenária voltada para a formação de profissionais, cujas raízes históricas remontam aos princípios pedagógicos emanados pelo manifesto dos pioneiros no início do século XX. Desde 1997 congrega no mesmo espaço físico, acadêmico e pedagógico, toda a Educação Básica no Colégio de Aplicação do Iserj – CAp-Iserj, e o Ensino Superior focado nas Licenciaturas para o magistério da Educação Básica e com ênfase na Educação de Jovens e Adultos.

JP: Quais são os seus números hoje? Quantos alunos, professores e funcionários?

SANDRA SANTOS: 3.500 alunos, 382 professores e 174 funcionários.

JP: Como se organiza e é gerido politicamente esse instituto?

SANDRA SANTOS: Gestão democrática representativa (com consultas/ eleições internas) e participativa (três conselhos deliberativos).

JP: Como se dá o acesso às vagas oferecidas pelo Iserj?

SANDRA SANTOS: Para as primeiras séries do Ensino Médio e Superior por seleção de provas (concurso público). Para a Educação Infantil e Ensino Fundamental por sorteio da loteria federal para as séries iniciais.

JP: Qual é o perfil sócioeconômico dos alunos que procuram o Iserj?

SANDRA SANTOS: Heterogêneo.

JP: O Iserj tem parcerias no campo acadêmico, empresarial e/ou social? Se positivo, com quais instituições?

SANDRA SANTOS: Com UFF UFRJ, Cecierj, Uerj; parcerias acadêmicas. Com Faperj; fomento de pesquisas. Com Inepac e SEDREPHAC; no cuidado patrimonial.

JP: Como está no Iserj a questão sobre as políticas afirmativas, no caso a de cotas?

SANDRA SANTOS: Para o Ensino Superior, está garantido em edital, 45% das vagas aos comprovadamente carentes. JP: Como os alunos egressos do Iserj chegam ao mundo do trabalho? Quais são as facilidades e as dificuldades encontradas?

SANDRA SANTOS: Os alunos do curso superior chegam com diferencial do saber fazer pedagogia para além do seu uso academicista e os alunos do Ensino Médio chegam ao mercado de trabalho com a perspectiva de continuar sua formação em nível superior.

JP: O Sinpro-Rio está desenvolvendo, em 2009, uma intensa campanha de sensibilização da sociedade para o problema da saúde do professor. Como você avalia esta questão no setor público?

SANDRA SANTOS: A sensibilização da sociedade deve focar as melhorias das condições sociais do professor, como aumento salarial, e físicas das escolas.

JP: A senhora conhece a Síndrome de Burnout? Ela é detectável no Iserj?

SANDRA SANTOS: Sim, de forma genérica.

JP: O Sinpro-Rio iniciou, em 2006, intensa campanha pela Saúde Vocal do professor e, nesse sentido, temos como bandeira a implantação nos cursos de formação de professores da disciplina obrigatória Cuidados com a Voz, ministrada por fonoaudiólogas. O que você pensa sobre isso?

SANDRA SANTOS: As salas de aulas são pouco acústicas, quando somado ao número de alunos por turma, exigindo grande esforço das cordas vocais do professor. Portanto, é importante que o professor saiba fazer uso de seu aparelho vocal.

JP: O Sinpro-Rio tem levantado também a bandeira do Calendário Único para o município do Rio de Janeiro e, se possível, o Grande Rio, com a finalidade de garantir repouso e lazer aos professores. Essa bandeira pode também ser abraçada pelo Iserj? SANDRA SANTOS: Sim, muitos professores trabalham na rede estadual, municipal e privada.

JP: O Iserj apoiou a Conferência Municipal da Educação (Conae-Rio). Como a senhora avalia a importância desta conferência para os professores e a educação de modo geral?

SANDRA SANTOS: Oportuniza que as diretrizes educacionais para a próxima década sejam emanadas das bases dos profissionais de educação de diferentes segmentos.

 

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VII CONATEE

CONGRESSO ELEGE A NOVA DIRETORIA E MANTÉM FILIAÇÃO À CUT

Entre os dias 28 e 30 de agosto, foi realizado o VII Congresso dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Conatee), em São Paulo. No último dia de atividades do evento, a professora Madalena Guasco Peixoto foi reeleita Coordenadora Geral da Contee para a gestão 2009-2012.

O processo eleitoral transcorreu com tranquilidade, tendo sido apresentada uma chapa única para a votação. A composição da chapa unitária refletiu o esforço de construir e manter a unidade da Confederação em torno da luta política sindical em defesa da educação pública e pela regulamentação do setor privado de ensino. O congresso recebeu cerca de 630 delegados (as) de todas as regiões do Brasil, além da equipe de organização e dos convidados.

O Sinpro-Rio esteve presente no VII Conatee com uma delegação formada por 27 professores entre diretores e base, que foi eleita em assembleia no dia 6 de julho. Além disso, o presidente, professor Wanderley Quêdo, o vice-presidente, professor Francilio Paes Leme e o 1º secretário, professor Marcelo Pereira, também fazem parte da nova diretoria eleita.

Durante todo o VII Conatee, foram debatidos os mais importantes temas relacionados à conjuntura nacional e internacional, educação, ao funcionamento e atuação da entidade e ao envolvimento dela com as demais entidades dos movimentos sociais.

Entre os destaques do Congresso, a plenária confirmou a manutenção da filiação da Contee à Central Única dos Trabalhadores (CUT), abrindo espaço para uma participação de setores da Confederação na Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

(CTB). O VII Conatee aprovou ainda a filiação à Internacional da Educação (IE) e à Federação Internacional de Sindicatos de Educadores (Fise). No site www.contee.org.br, você encontra mais informações o congresso, fotos, vídeos e lista completa da nova diretoria.

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DEMOCRATIZAR A INFORMAÇÃO!

AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATE A I CONFECOM

Em agosto, foi realizada, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, audiência pública sobre a I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que vai ser realizada pelo Governo Federal nos dias 1°, 2 e 3 de dezembro, em Brasília.

O debate, promovido e presidido pelo vereador João Mendes de Jesus (PRB), contou com a presença do presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro (Alerj), deputado Alessandro Molon (PT); a representante do movimento Rio Pró-Conferência, Claudia Abreu ; o representante das agências de publicidade do Rio de Janeiro, professor Cláudio Magalhães; o vice-presidente da Associação dos Empresários de Rádio e TVs do Estado, Edson Elias; o coordenador-geral da TV comunitária do Rio, Moisés Corrêa; e o secretário municipal de Ciência e Tecnologia, Rubens Andrade.

Durante as intervenções da mesa, todos os participantes destacaram a importância de se fazer uma conferência nacional sobre comunicação, visando à democratização dos meios de comunicação e a ampliação do acesso para participação da sociedade. Também foram criticados, por parte da mesa, a questão da distribuição dos recursos públicos destinados à publicidade e a presença maciça de empresários no evento. A importância da regulamentação das rádio e TVs comunitárias também foi tema dos discursos. Sobre a conferência em âmbito estadual, o único que comentou a questão foi o deputado Alessandro Molon, que colocou a Alerj à disposição para organizar e realizar, caso o governador não promova.

Logo após a audiência, um ato público nas escadarias da Câmara – com intuito de levar a questão da democratização da comunicação para a sociedade como um todo – foi promovido pelo movimento Rio Pró-Conferência.

 

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DEMOCRATIZAR A INFORMAÇÃO!

3.000 LIVROS PARA DOWNLOAD

A Universidade de São Paulo (USP) lançou um site que disponibiliza 3.000 livros para download. Os interessados devem acessar o site (www.brasiliana.usp.br). Na página os estudantes vão encontrar livros raros, documentos históricos, manuscritos e imagens que são parte do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, doada à Universidade. Há planos de aumentar o catálogo para 25 mil títulos e incluir primeiras edições de Machado de Assis e de Hans Staden. Fonte: Jornal O Globo

JORNADA UNIFICADA DE LUTAS

Em agosto, uma passeata no Centro do Rio, pelo fortalecimento das bandeiras de luta, contou com a participação da CUT e demais movimentos. Na ocasião, foi pautada a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim das demissões, a defesa de direitos sociais, a ratificação das convenções 151 (negociação coletiva no serviço público) e 158 (restringe demissão imotivada) da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras bandeiras que impulsionam o desenvolvimento e a justiça social. Além disso, protestaram pela redução das taxas de juros, reformas agrária e urbana. O ato fez parte da Jornada Nacional Unificada de Lutas que acontece em vários estados e é organizada pela CUT.

III CONEF

O Colégio Pedro II realizou o III

Congresso Nacional de Ensino Fundamental (Conef), em comemoração aos 25 anos da implantação da primeira unidade destinada a essa fase do ciclo de educação. O evento, que ocorreu entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro, teve como objetivo discutir e avaliar a realidade das escolas de todo o país. Os professores Francisco das Chagas Fernandes e Maria do Pilar, ambos secretários do Ministério da Educação (MEC) também participaram da conferência e foram os grandes destaques do simpósio. Uma das diretoras da unidade, Denise Pessoa, informou que o congresso não se restringiu somente a professores, mas a todos os profissionais do ramo da educação, além de ter sido muito elogiado por todos.

– As pessoas já estão perguntando quando será o próximo Conef – afirmou. Além das palestras, ocorreram mesas-redondas e diversas oficinas e minicursos, que visavam a capacitar os profissionais da área.

 

 

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CONAE NO RJ SINDICATO PARTICIPA DA ETAPA MUNICIPAL PREPARATÓRIA PARA A CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM MARÇO DE 2010

Nos dias 12 e 13 de setembro, foi realizada a Conferência de Educação do Rio de Janeiro (Conae-RJ) no Instituto Superior de Educação (Iserj), que reuniu cerca de 1.500 pessoas, com objetivo de discutir as metas para os próximos 10 anos. Essa foi uma das etapas preparatórias para a Conae, em abril de 2010, em que será construído o Plano Nacional de Educação. A próxima etapa preparatória será a Estadual, que acontece em novembro.

A abertura do evento, presidida pela secretária Municipal de Educação, Claudia Costin, contou com instituições importantes como o Ministério da Educação (MEC), representado pelo professor Cícero Fialho; Iserj, pela professora Sandra Santos; Secretaria Municipal de Cultura, representada pela secretária Jandira Feghali; Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), através de Celso Pancera; o Sinpro-Rio, representado pelo seu presidente, professor Wanderley Quêdo; e a Associação Municipal de Estudantes (Ames), com a presidente Tayna Lima Paulino.

Participando da mesa estavam também a Comissão Organizadora da Conae-RJ, representada por Célia Quaresma; Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Rio, através do seu presidente, o vereador Reimont (PT-RJ); o Conselho Municipal de Educação, com Sérgio Sodré; e Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), através de Iara Amora. Wanderley Quêdo comandou as plenárias gerais de trabalhos no primeiro dia e a de encerramento.

Após aprovado o regimento da conferência, os participantes se reuniram em grupos de trabalho para discutir os seis eixos temáticos do documento referência, que serão ponto de partida para os debates e propostas das etapas, estadual e municipal:

I • Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional.

II • Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação.

III • Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar.

IV • Formação e Valorização dos Profissionais da Educação.

V • Financiamento da Educação e Controle Social.

VI • Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.

A partir dos debates produzidos nos grupos, os participantes apresentaram propostas para votação na plenária. As aprovadas foram inseridas no documento base que será encaminhado para a etapa estadual e lá, novas discussões e propostas serão feitas para serem encaminhadas a Conae.

Ao final, foram eleitos os 284 delegados que participarão da Estadual, entre os dias 27 e 29 de novembro, no Colégio Pedro II, unidade São Cristóvão, distribuídos por segmentos e setores de atuação.

 

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PERSONALIDADE EDUCACIONAL 2009

Anualmente, o jornal “Folha Dirigida”, a Associação Brasileira de Educação (ABE) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI) recompensam aqueles que se destacam no âmbito da educação com o prêmio Personalidade Educacional. Neste ano, a exemplo de 2008, Wanderley Quêdo, presidente do Sinpro-Rio, foi um dos eleitos. Também foram escolhidos o ministro da Educação, Fernando Haddad; Antônio Freitas; Cleonice Berardinelli; José Carlos Portugal; Paulo Armando Areal; Raymundo Nery Stelling Júnior; Roberto Boclin; Tereza Porto; e Valdir Vilela. Além dos educadores, três instituições foram contempladas (Colégio Pedro II, Sesi-RJ e PUC-Rio).

A entrega do prêmio aconteceu no dia 22 de outubro, no Jockey Club Brasileiro. O presidente do Sinpro-Rio recebeu a homenagem das mão do vereador Reimont (PT), que tem sido um grande parceiro do Sindicato na luta em prol das condições de trabalho e saúde da categoria docente.

Em seu discurso, Wanderley reafirmou sua alegria e satisfação por ter sido premiado, mas ressaltou que esse prêmio é um reconhecimento do trabalho do Sinpro-Rio. Para ele, “prêmios como esse sempre são um estímulo ao trabalho de uma liderança ou instituição” e atualmente são tantos os prêmios no mundo destinados à vaidade e à futilidades que é fundamental que haja alguns destinados ao setor educacional:

– Eu quero dividir esse prêmio com a Diretoria do Sindicato dos Professores, que, este ano, aceitou o desafio de uma grande peregrinação na luta pelas condições de trabalho e saúde.

 

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CUT-RJ LANÇA PROGRAMA DE RÁDIO NA INTERNET

A CUT-RJ lançou, em outubro, o programa de rádio semanal, na internet, “A Voz do Trabalhador”, em que os trabalhadores são os personagens principais. O programa, que está disponível no portal da Central (www.cutrj.org.br), em sua terceira edição – que contou com a participação da Diretora do Sinpro-Rio e secretária de Igualdade Racial da CUT-RJ, professora Glorya Ramos – homenageou os docentes e colocou em pauta a situação das trabalhadoras rurais.

CUT EXIGE MELHORIAS

A CUT participou, no dia 21 de setembro, de um Ato Nacional de Adesão à Campanha de Acessibilidade, organizada pelo Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência. O objetivo é sensibilizar e mobilizar a sociedade para a eliminação das barreiras que impedem as pessoas com necessidades especiais, ou mobilidade reduzida, a participar efetivamente da vida em sociedade. A Central vai garantir as alterações necessárias para a plena participação dos os trabalhadores, assim como a participação de atividades junto às demais organizações sociais. A instituição pede que as sedes estaduais se integrem a esse processo, promovendo a acessibilidade aos trabalhadores com alguma forma de deficiência e também organizem campanhas.

HOMENAGEM AO MESTRE

No dia 14 de outubro, o Colégio Estadual Julia Kubitschek realizou um evento com a presença do Sinpro- Rio e do Sepe para debater os valores, a paixão e a realidade dos professores. A psicóloga Elaine Juncken falou sobre as demandas da comunidade escolar e as condições de trabalho que podem desencadear a Síndrome de Burnout. As diretoras do Sinpro-Rio Adalgiza Burity, Mariza Muniz, Rosi Menescal e Valquíria Juncken falaram sobre o poder de transformação do professor para a sociedade e explicaram o papel do Sindicato. Wíria Alcântara, coordenadora do Sepe, lembrou que o ato do ensinar é uma militância.

 

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EDUCAÇÃO: REFORMA OU REVOLUÇÃO?

Inúmeros pedagogos, coordenadores de ensino de colégios, cursos preparatórios e de faculdades, ex-secretários de Educação saíram à luz do dia para interpretar, conforme seus pensamentos metodológicos- pedagógicos, os resultados do último Enem e da pesquisa realizada pelos especialistas do MEC. Todos, sem qualquer exceção, em maior ou menor grau, ficaram, como sempre o fazem, “serpenteando” a questão fundamental causadora desses resultados. Como sempre, de maneira incorreta, ficaram na análise das consequências próximas e nos fundamentos puramente quantitativos, jamais qualitativos.

Permaneceram na matemática e esqueceram-se das ciências sociais. Ficaram nas estatísticas puramente numéricas e esqueceram-se da história e da sociologia.

Em síntese: “escrever, escrever, sem dizer nada”; “reunir, reunir, reunir” para não chegar a lugar algum. Analisar para ficar como está.

São aqueles que falam, dão entrevistas e escrevem, mas, em momento algum, transpassam o verdadeiro “nó górdio” da estrutura econômico-social em geral articulada com o processo educativo em particular. Que dizer, não fazem as devidas conotações de classes e camadas sociais que são a verdadeira essência da escolas públicas e privadas, laicas e religiosas. E

ste conteúdo de classes (sociais, não das classes escolares) vale tanto para instituições educacionais em seus diversos níveis, quanto para os corpos docentes e discentes dessas instituições. A origem de classe (social) determina o tipo de instituição procurada pelos responsáveis dos educandos.

A origem de classe – em tese – determina o tipo de professor aceito pelas instituições que cobram grandes anuidades daqueles que podem demandálas.

As metodologias das escolas variam pelos fins, origens e camadas sociais do seus alunos.

As tecnologias utilizadas para fins didático-pedagógicos são avançados de acordo com a tipologia social das instituições de ensino.

Observamos que publicações diversas – especializadas ou não – com raríssimas exceções, jamais ou raramente entrevistam ou dão espaço para educadores que dão características de classe a análise do processo educativo desde a mais tenra idade da criança. É que esses teóricos da educação permanecem esgrimindo-se uns com os outros com base em diversas “escolas” de pensamento psicopedagógicas como Piaget, Skinner, Watson e até mesmo Chomsky. Raramente atrevem-se a aplicar à metodologia sociointeracionista de Vyggostsky e seus companheiros Gorski, Smirnov, e Leontiev e tampouco ao francês Henri Wallon, autor de “Do ato do pensamento”.

Quanto aos pedagogos brasileiros, não alcançam Anísio Texeira, Pascoal Lemme e Paulo Freire e, quanto à História da Educação não procuram Aníbal Ponce ou José Ingenieros. Quanto à Makarenko, pedagogo das crianças pobres e abandonadas, nem pensar…; como se não existissem bilhões de adultos e crianças pobres, analfabetas, famintas, e doentes em um terceiro mundo gerado pelo modo de produção capitalista, tanto em fase colonial quanto em sua etapa imperialista e neocolonial que até hoje assola três quartos da população planetária.

A questão do processo educacional é complexa, pois alcança diversos interesses no seio das camadas sociais, em particular visando apenas a reformá-la, não revolucioná-la, para produzir consciência crítica política das grandes maiorias trabalhadoras e, assim, não se alterar as estruturas econômicas-sociais dominantes e hegemônicas.

O Relatório 2007 da Campanha Latino-americana pelo “Direito à Educação” (Clade) publicou:

“Em todo o mundo vivem 800 milhões de adultos analfabetos. Deste total, 35 milhões estão em nações latino-americanas.

O Brasil concentra mais de um terço desta população analfabeta da América Latina: 14 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever. Esses dados são confirmados pela nossa Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2007.” Continua o relatório da Clade:

“No grupo de países da América Latina e Caribe, Cuba apresenta a menor taxa de analfabetismo, com 0,2% da população. A Guatemala, que tem os piores indicadores, o problema atinge quase um terço (30,9) das pessoas com mais de 15 anos.

No ranking geral da Clade, o Brasil ocupa a 14ª posição em um total de 19 países, com um percentual de 11,4% de analfabetos entre a população com mais de 15 anos, atrás dos índices do México (9,1%), Equador (9,0%) Panamá (8,1%) e da Colômbia. Já em 2003, o Pnud (órgão da ONU), no seu informe sobre Desenvolvimento Humano

– Índice de Pobreza Humana, relatou: “Cuba ocupa, entre os países em desenvolvimento (94 países) o sexto lugar (atrás de Colômbia; Panamá; Trinidad e Tobago; Jordânia e Cingapura) à frente de Costa Rica, Chile, Uruguai e Barbados” e explicou porque.

Muito recentemente ocorreu em Paris uma exposição com o tema “Cuba expõe em Paris sucessos da Educação Superior”, em que se explica que na ilha 60% dos jovens entre 18 e 35 anos estão matriculados em estados superiores… e que no resto da América Latina e Caribe a inserção é de 30 %. Também muito recentemente o governo sandinista da Nicarágua comunicou que o programa cubano “Yo, Sí Puedo!” – da campanha nacional de alfabetização “De Martí a Fidel” – conseguiu o departamento de Manágua retirar da cegueira do analfabetismo, sendo, portanto, agora, “território livre do analfabetismo (4,1%, marca recomendada pela Unesco para considerar uma nação livre do mal).

E por que tudo isso aconteceu? Porque não se pode dissociar o processo educativo da questão da qualidade de vida, fruto de melhores condições sociais, patrocinadas pelas formações sociais, pertencentes aos modos de produção capitalista (centrais e periféricas) e socialista (em especial, Cuba).

Não sem razão, todos os institutos, fundos, companhas (Pnud, Pnad, Unicef, Inep, Clade…) fazem avaliação negativa do processo educativo no “terceiro-mundo” em geral e no Brasil, em particular. Baixos redimentos escolares, baixo número de matrículas, repetências, evasões, desistência, não conclusão do Ensino Fundamental e Médio são fatos muito antigos, tanto na história da educação dos países ex-coloniais, “emergentes, assimétricos, em desenvolvimento”, etc…

Mesmo assim, nas formações econômico-sociais de classes antagônicas, são os “melhores” filhos das classes e camadas sociais hegemônicos que são preparados para serem os chamados “empreendedores- criativos” para a manutenção do funcionamento da formação social, berço das suas origens de classe dominante, dentro do modo de produção capitalista periférico e dependente.

Podemos encerrar esta análise social dos Enem(s) e das pesquisas do Inep e Unicef, parafraseando o “velho” e atual Karl Marx:

“Até aqui os teóricos da educação apenas a interpretaram de vários modos; agora, trata-se de transforma-lá…” Então, o que fazer?

EMIR AMED, professor aposentado de História e Geografia Econômicas

Para ver o artigo na íntegra acesse: www.sinpro-rio.org.br

 

 

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FATOS E COMENTÁRIOS

A imprensa sindical deve-se apresentar como fator alternativo à grande imprensa, que costuma distorcer fatos, manipular dados e ocultar informações, desde que sejam contrários aos interesses por ela defendidos, geralmente do grande capital e do empresariado em detrimento da classe trabalhadora. O Jornal do Professor pode e deve suscitar o debate das ideias e defender os pontos de vista dos movimentos sociais que ofereçam reais possibilidades de superação do atraso na direção da construção de uma sociedade justa, igualitária e democrática. Aqui vão alguns fatos e comentário dentro desta lógica:

VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Após cursar Informática Avançada na Estácio de Sá, um aluno não consegue registrar seu diploma, pois este curso não tinha reconhecimento do MEC, era ilegal. Ao ingressar na Justiça, conseguiu indenização de R$ 16 mil. Enquanto isso, conhecida carnavalesca, que no último desfile caiu do seu carro alegórico obteve, na mesma Justiça, indenização de R$ 250 mil. Afinal de contas onde está o prejuízo maior?

LIMITAÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS EM SALA – I

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou projeto válido para os ensinos público e privado, de autoria do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), limitando o número de alunos em sala de aula no Ensino Infantil, Básico e Fundamental. Nas Creches e Pré-escola: cinco crianças de até um ano por cada professor; oito de um a dois anos; 13 de dois a três; 15 de três a quatro; e 25 de quatro a cinco anos. Nas turmas dos cinco primeiros anos do Fundamental, o limite é de 25 alunos. De 6ª a 9ª série e no Ensino Médio as turmas estão limitadas a 35 alunos. O projeto já provocou a reação negativa da bancada privatista que atua no Congresso.

LIMITAÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS EM SALA – II

A nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do Ensino Superior prevê o limite de 60 alunos nos ciclos básicos e 40 para os profissionais. Nas negociações para revisão da CCT, que duraram de março a outubro, os patrões defenderam a exclusão desta cláusula. Ao fim das discussões, a cláusula permaneceu, acrescentando-se um parágrafo fazendo referência à observância das diretrizes do MEC, para determinados cursos. Esperamos que o MEC defenda a qualidade da educação e não faça como os donos das IES privadas que só pensam em diminuir os custos e aumentar seus lucros.

RESULTADOS DO ENADE – I O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), realizado em 2008, reprovou 36,3% dos 4.819 cursos de Ensino Superior. Das 30 áreas avaliadas, 1.752 cursos tiraram notas 1 e 2, as mais baixas. Participaram dos exames do Enad 382.313 alunos (86,8% de presença). O MEC divulgou também o Conceito Preliminar de Curso (CPC) que, além da nota do Enad, leva também em conta fatores como o número de professores com Mestrado e Doutorado, a infraestrutura da IES e seu projeto pedagógico. O resultado foi taxativo: as instituições públicas apresentam melhor qualidade que as privadas. Nas públicas, 23,26% obtiveram notas 4 e 5 (desempenho muito bom ou excelente) enquanto somente 6,8% das privadas atingiram este patamar. O MEC tomará medidas como arquivar 336 pedidos de abertura de novos cursos e reduzir em 30% o número de vagas em outros 78 cursos. Os resultados estão no site do Inep: www.inep.gov.br

RESULTADOS DO ENADE – II O Estado do Rio de Janeiro conseguiu obter o maior percentual de notas máximas no Enade, liderando também o ranking de excelência na avaliação do CPC. A PUC-Rio se destaca como a melhor IES privada do país nos cursos de Engenharia (Cartográfica, Civil, Agrimensura, Recursos Hídricos e Sanitários, Ambiental, Minas, Petróleo e Industrial Madeireira). O Instituto Militar de Engenharia (IME) está entre os cinco melhores do país nas áreas de Computação e Informática e em quase todos os grupos de Engenharia.

Como ponto destoante, a Universidade Santa Úrsula obteve o pior resultado no município do Rio de Janeiro. Não podia ser diferente, pois essa instituição resolveu, há anos, desobedecer as legislações educacional e trabalhista, perdendo seus professores – que não recebem salários – e sendo alvo de centenas de ações na Justiça do Trabalho e até na Criminal. Lembramos que o Sinpro-Rio já entregou, faz tempo, ao MEC e ao próprio ministro da Educação um dossiê das irregularidades dessa instituição. Nenhuma resposta nos foi dada até hoje.

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

O estudo “Professores do Brasil: Impasses e Desafios”, patrocinado pela Unesco, apresenta resultados curiosos e alarmantes:

1. No Brasil, metade dos professores ganha menos de R$ 720, enquanto no Nordeste 50% ganha menos de R$ 450;

2. 79,1% dos empregos no magistério estão na rede pública; 3. Na Educação Básica, a média salarial é de R$ 927.

O país necessita de professores bem remunerados e bem formados. Não há possibilidade de isto acontecer enquanto o poder público continuar destinando somente 4% do PIB para a educação. Enquanto isto, o Congresso Nacional – muito preocupado com as maracutaias internas – não vota o Piso Nacional da Categoria Docente, proposto pelo Governo Lula.

MANIFESTAÇÕES ESTUDANTIS DE CLASSE

O jornal O Globo tem se esmerado em incentivar as manifestações estudantis de protesto contra o vazamento da prova do Enem. Ao mesmo tempo, tenta desmoralizar a UNE, esconder as medidas que foram tomadas pelo governo e que rapidamente levaram aos fraudadores. Curioso: estive presente à manifestação realizada no dia 5 de outubro, no pátio do MEC. Pareceu-me muito estranho não encontrar alunos das escolas públicas e, sim, bem nutridos e vestidos, meninos e meninas das grandes escolas privadas da Zona Sul.

Em sua edição do dia 6 de outubro, O Globo decreta em manchete: “Estudantes dizem que o adiamento do Enem reflete caos na educação do país”. Mais adiante, refere-se à organização da manifestação, feita pela Nova Organização Voluntária Estudantil (Nove) e entrevista líderes do movimento, esses estudantes dos colégios privados: Escola Parque, Santo Inácio e Notre Dame. Eu bem que estava desconfiando! Além do mais, não me consta que este jornal tenha aberto, ao movimento estudantil, suas manchetes e páginas em outros momentos, como na luta pela democratização do país ou contra o corrupto Governo Collor.

FLEXA FAZ CAIR A MÁSCARA

O presidente do Sindicato Patronal (Sinepe) declarou a O Globo de 17 de outubro de 2009: “os professores já fazem parte de uma categoria bastante beneficiada, com um período longo de recesso no verão e em julho”. Colocando-se contra o projeto de calendário único, provocado pelo Sinpro- Rio, proposto pelo vereador Reimont (PT) e aprovado por unanimidade de 41 votos na Câmara de Vereadores, tentaram jogar a opinião pública contra nós – como se fôssemos privilegiados. Os donos de escolas, liderados pelo Sr. Flexa Ribeiro, deixaram cair a máscara. Anteriormente, durante as negociações salariais, não aceitaram a introdução de uma cláusula na Convenção Coletiva prevendo o calendário único.

Declaravam-se a favor, desde que o fosse através de um projeto de lei. Ledo engano, pois após a aprovação do mesmo na Câmara dos Vereadores o patronato passou a pressionar o prefeito até obter de Eduardo Paes o seu veto. No tratamento que dão à educação como um negócio, qualquer medida regulatória ou fiscalizatória das suas atividades será por eles repudiada, mesmo que venha em defesa da saúde dos seus professores e, consequentemente, da qualidade da educação.

FRANCILIO PAES LEME, é primeiro-vicepresidente do Sinpro-Rio, membro da Diretoria Executiva da Contee e Conselheiro no CME.

 

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PARA MON AMI JOSÉ

“Bonjour mes amis et élèves”. Esta saudação em francês não é minha. Porém, felizmente, conheço o filho do dono da frase. Ou melhor, o filho da autora, a professora Angela Perricone, mãe do meu mais novo amigo: José. Angela é uma exímia professora de francês e tinha um programa de ensino da douce langue aos domingos, por volta da década de 1990. Eu sempre acordava cedo, muito cedo (o que não é muito normal nos finais de semana), para ouvir um programa de ensino de língua francesa através de músicas. Ligava o rádio que, aos domingos, já estava sintonizado na Rádio Imprensa, sempre antes das oito da manhã, e escutava o bom programa até o fim.

“Nous allons apprendre…” Nessa época, mais especificamente em 1998, eu estava preocupado com o meu Doutorado na Sorbonne e, como disse ao meu amigo José, criei um ambiente francês ao meu redor: leitura, escrita, músicas, literatura, filha na Aliança Francesa… e, aos domingos, o programa da Angela.

Numa tarde de terça-feira, estávamos na sala dos professores da Unisuam (universidade em que trabalhamos), eu e meu amigo José, assistindo, via TV, a um jogo da França contra a Espanha. Ali, comentei sobre os argelinos que habitam na França, os quais são considerados pelo povo francês como beurs – uma forma eurocêntrica de tratamento dos que não têm o sangue francês. O interessante é que hoje a seleção francesa de futebol é constituída por beurs e noirs, pois a estirpe dos blancs, “elle n’existe plus”…

José concordou com a minha breve exposição oral, disse que estudou francês na Aliança de Botafogo e que sua mãe é professora de francês. Ao saber o nome dela, emocioneime e, naquele momento, falei que acordava cedo todos os domingos e que no interior longínquo da cidade de São Gonçalo, afastado no tempo e no espaço, havia um fã da sua mãe, amante da língua francesa como ele, tornando suas manhãs de domingo mais produtivas e criativas.

“Aujourd’hui, il fait beau”. Não me interessava pelas manhãs de domingo ensolaradas, se as praias estavam cheias de gatas saradas, se havia muita gente dormindo profundamente e pessoas chegando de festas, baladas, motéis ou se havia alguém que ainda caminhasse em direção ao trabalho, mesmo num dia de descanso. Eu e meu amigo José íamos desenvolver o espírito français. Ele costumava conduzir a professora Angela do Leblon até o centro da cidade, onde fica a Rádio Imprensa; eu, aprender mais sobre o francês e a França.

A verdade é que acordar cedo para mim nunca foi desagradável. E, mesmo num dia de domingo, depois da aula de francês da Angela, eu ia nadar, correr, malhar, fazer sauna e almoçar. Você sabe, meu amigo José, sou professor de Educação Física e tenho que ter boa disposição corpórea. Outros corpos precisam do meu corpo para atingir certa aptidão corporal. Tu es medécin, um pediatra, sabe disso melhor do que eu, tanto da função dos exercícios físicos como dos benefícios do acordar cedo para ter uma vida saudável.

Posso dizer que acordar cedo é uma virtude. Para mim, sempre foi tranquilo levantar antes das oito e ter mais tempo para aprender coisas boas e edificantes. A professora Angela também acordava cedo para me brindar com o seu programa. Ela dizia o quanto é maravilhoso ver a cidade do Rio de Janeiro amanhecer. Abordava a utilidade do francês no nosso cotidiano (da sua cultura, língua, civilização), e respondia às mensagens enviadas por seus ouvintes. Isso tudo com excelente disposição. Uma vez telefonei para ela dizendo que gostava muito das suas aulas e pedi que recitasse mais uma vez o poema Noite de núpcias. Ela não só declamou mais uma vez como também me enviou o poema escrito em francês e português. O que me deixou, realmente, muito contente.

Nós (eu e meu amigo José) ainda nos encontramos de vez em quando, no intervalo de nossas aulas, para falar francês. Vamos nos esbarrando nas antigas palavras e despencando nas frases francesas, talvez cometendo alguns delitos, mas falando. Falamos, um dia desses, sobre os nossos filhos que têm a mesma idade e, envoltas nessas mesmas circunstâncias etárias, estão também as nossas esposas. Disse que ele é o pediatra do meu filho, o Beni, nome francês que significa abençoado. Disso, vem-se prosseguindo um bate-papo de fraldinhas, chorinhos e vacinas. São eles agora os protagonistas que nos sufocam a possibilidade do francês pleno. Graças ao Beni, continuo acordando cedo, levantando de dia e de noite, me virando em meio às indesejáveis cólicas do guri, acostumando com suas falas fragmentadas que ainda não há como entender quase nada. É, mon ami, c´est la vie, mon ami, c’est la vie…. Esse é o nosso novo desafio, paradoxalmente tão grandioso, como aprender francês.

JOSÉ RICARDO DA SILVA RAMOS, doutor em Estudos da Linguagem/UFF e professor do curso de Educação Física/Unisuam

 

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Artigos

PROFESSORA LÍLIAN

Ela chegou ao Ibeu em 13 de agosto de 1979 sem imaginar que estava prestes a iniciar uma trajetória de sucesso que marcaria gerações. Eu a conheci um ano após seu ingresso. Certo dia, ela me procurou na filial em que eu trabalhava para saber da minha disposição de participar de sua dissertação de Mestrado através de entrevistas gravadas onde colheria dados e depoimentos da minha visão de educação em geral, no instituto e na rede pública e privada, já que lecionava em todas elas. Após sua brilhante defesa, tive a certeza de que o curso para pré-adolescentes de 13 anos, em breve, tornar-se-ia um dos ícones do Instituto Brasil-Estados Unidos (Ibeu) por décadas, que mais tarde seriam chamadas de “anos dourados” da instituição.

Lílian Bluvol Vaisman, uma jovem de olhos claros com um sorriso irradiante, uma voz macia e uma personalidade profundamente agregadora, iniciava um trabalho surpreendentemente criativo, extremamente competente e, sobretudo, com um nível de produção que saltava aos olhos de seus pares, de seus superiores, dos pais e dos alunos.

Embora supervisora acadêmica de um centro binacional, Lílian sempre valorizou a cultura brasileira sem menosprezar os ícones da norte-americana que influenciavam e influenciam os estudantes daquela faixa etária. Tive o privilégio de tê-la como supervisora, de extasiar-me com a diversidade de sua produção curricular, de crescer profissionalmente para aquela audiência, em particular, tendo em vista técnicas, treinamentos, palestras, encontros, debates etc. Lílian sempre dizia: “Estou supervisora e serei sempre professora”.

Mais do que professora, uma grande educadora. Abnegada ao seu trabalho, fiel aos seus princípios, à sua classe e à sua instituição. Sindicalizada junto ao Sinpro-Rio, mulher trabalhadora, destemida, sem medo das tempestades do presente e dos trovões do futuro.

Neste momento, enquanto escrevo este pequeno artigo, choro a sua saída do Ibeu. Mas estou certo e convicto de que meu pranto não será em vão. Sua estrela continuará brilhando, arregimentando mulheres de todas as raças e credos, conscientes do seu papel social, político e educacional na formação de uma sociedade mais justa, fraterna e democrática. A exemplo de Lílian Bluvol Vaisman, seja um professor! Shalom!

PROFESSOR JOÃO GAYA, Diretor do Sinpro- Rio

 

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Educação Superior

“VIVEMOS UMA SITUAÇÃO ESDRÚXULA”

Renato Brandão personifica bem a decadência da Universidade Estácio de Sá. Formou- se pela instituição quando esta ainda nem era uma Universidade. Em 1979, virou professor da casa e ocupou inúmeros cargos dentro dela. No final de 2004, já como doutor, foi demitido com a prerrogativa de ser um professor caro. Como a demissão não respeitou as regras do estatuto, ela foi anulada e ele, reintegrado. Mas, após questionar nebulosos cortes em seu salário, a Estácio voltou a demitilo. “A Estácio era um exemplo de que o Ensino Superior privado pode ser bom e rentável” – conta Renato, sobre a situação da universidade, quando ingressou nela. “Hoje a Estácio é um exemplo de como o Ensino Superior privado não pode funcionar” – resume o professor de História. Para ele, os motivos da precarização do ensino instituição são muitos: políticas do MEC, fiscalização inadequada, mudança nos estatutos internos e entrada de capital especulativo, entre outros. Como tudo isso ocorreu durante os 30 anos em que esteve lá, ele conta na entrevista a seguir.

JP: Vamos começar pelo final: como está sua situação em relação a Estácio hoje?

RENATO BRANDÃO: Estou afastado, aguardando a decisão judicial. A primeira demissão foi revertida, mas eles me demitiram de novo. A tática deles é protelar minha reintegração. Assim, o professor fica numa situação financeiramente difícil e tem que bater na porta da instituição para negociar.

JP: O que eles alegaram nesta segunda demissão?

RENATO BRANDÃO: Nada. Mas aconteceu que lá para meados de 2008 houve uma notável retaliação, em cima do que eu ganhava. No meu contracheque apareciam descontos absurdos. Inclusive o meu salário chegou a ser zerado. Quando veio o Imposto de Renda, vi que o valor declarado não era o que me pagavam. Fiz uma planilha com essas disparidades e enviei ao RH. Acredito, não posso afirmar, que isso motivou minha saída.

JP: E a primeira demissão?

RENATO BRANDÃO: Soube que me consideravam um professor caro. Mas a Estácio é uma universidade, está presa a um estatuto, que prevê que minha demissão deveria passar por um Conselho. Mas nada disso ocorreu. Por isso, a juíza decidiu que eu deveria ser reintegrado.

JP: Voltando mais no tempo, fale da sua entrada na Estácio.

RENATO BRANDÃO: Entrei como aluno. Sou formado em Arqueologia, pelo único curso que existia no Brasil naquela época, o da Estácio. Como professor, entrei em 79, o primeiro professor de Arqueologia, formado no curso.

JP: E seu trabalho dentro da instituição?

RENATO BRANDÃO: Ocupei quase todos os cargos acadêmicos, menos vice-reitor. A princípio, ocupei os eletivos. Quando estes acabaram, fui coordenador acadêmico de campus. Em termos de produção acadêmica, sempre produzi muito.

JP: E a siteistração como era quando você entrou lá? Fale um pouco da história da universidade.

RENATO BRANDÃO: A Estácio era um exemplo de que o Ensino Superior privado pode ser bom e rentável. Quando entrei, o João Uchôa, o “dono” da Estácio, nem aparecia na instituição. Ele, como muitos outros naquela época, ganhou a concessão para abrir a universidade mesmo não sendo um educador. Havia um militar dentro da Estácio naquela época: o general Monteiro de Barros. Mas, por sorte, ele era uma pessoa seriíssima que respeitava o professor e preocupava-se com a educação.

JP: Havia algum tipo de censura?

RENATO BRANDÃO: Não. Os cargos eram indicados, mas a liberdade de expressão era total. Até em épocas de greve, não havia repressão.

JP: E quando ela virou universidade?

RENATO BRANDÃO: Foi na década de 80. Não havia a nova LDB, mas era preciso seguir algumas normas, como criar departamentos, eleger os chefes e elaborar um estatuto. Era ótimo, todos sonhavam com a Estácio. Lembro das pilhas de processo de alunos pedindo transferência para lá. A Estácio passou a ter um crescimento meteórico.

JP: Isso foi prejudicial para a universidade?

RENATO BRANDÃO: Em algum ponto. A família Uchôa se deslumbrou, queria abrir toda espécie de cursos. Mas nós, através dos conselhos, barrávamos isso. Até que o estatuto foi modificado.

JP: Quando foi isso?

RENATO BRANDÃO: No final de 97. Fomos avisados, em cima da hora, que haveria uma assembleia. Lá, fomos surpreendidos com um novo estatuto que acabava com os departamentos e os centros, aproveitando que a nova LDB não exigia essa estrutura departamental.

JP: Este estatuto foi votado?

RENATO BRANDÃO: Foi, mas havia alguns reitores recém-contratados que votaram a favor. Acho que houve certa composição. Depois de sua aprovação, aconteceu algo único: uma universidade onde quem manda são donos.

JP: Então, além desse estatuto, a LDB, da forma como foi aprovada, contribuiu para a decadência da Estácio?

RENATO BRANDÃO: Com certeza, a grande falha da LDB foi tirar a exigência dos departamentos. Eles, na Estácio, se aproveitaram desse vazio. Mas, por outro lado, a LDB exige a participação do professor na universidade. Mas eles uniram o inútil ao desagradável. Usaram a LDB para acabar com os departamentos, mas não a usaram para acobertar o professor. Estamos vivendo uma situação esdrúxula.

JP: Quer dizer então, que falta fiscalização?

RENATO BRANDÃO: Sim, isso caberia ao MEC. É uma falha do Ministério, ele avalia o curso, mas não a estrutura global da universidade. O MEC deveria exigir as atas dos conselhos universitários. Isso é o mínimo. Caso contrário, a instituição forja uma estrutura universitária, quando aparece a fiscalização. Ou seja, é pior do que era na ditadura. As pessoas não envolvidas estão lá, mas agora não há um governo para exigir moralidade.

JP: O ano de 1997 foi um divisor de águas na história da Estácio?

RENATO BRANDÃO: Sim. Vivíamos um momento muito positivo na Estácio: o João havia entregado a siteistração toda da universidade na mão dos professores. Inclusive, uma empresa de São Paulo estava nos treinando para essa função. O estatuto surgiu no meio do treinamento – parece-me que como obra de outras pessoas da família.

JP: E quando eles passaram a mandar na faculdade , o que aconteceu?

RENATO BRANDÃO: Bom, primeiro acabaram com o curso de Arqueologia. Demitiram um professorado sensacional. A Estácio continuou a crescer, mas de forma ilegal. Sem aprovação dos conselhos.

JP: Foi nessa conjuntura que ocorreu sua primeira demissão?

RENATO BRANDÃO: Eu trabalhei durante algum tempo como pesquisador quando acabaram o departamentos. Em 2003, fui para a coordenação do campus de São Gonçalo, meio a contragosto. Acabei me surpreendendo positivamente e voltei a me envolver com o trabalho. Nesse tempo, dentro dos conflitos da família, o André Uchôa assumiu a Vice-reitoria Acadêmica. Ele era uma pessoa séria.

JP: Sua demissão aconteceu com ele como vice-reitor acadêmico?

RENATO BRANDÃO: Não. Logo ele saiu, não se sabe o porquê. Coisas de bastidores. Quem entrou no lugar dele, além de desprezar o professorado, mexeu em toda a siteistração e eu resolvi bater de frente.

JP: Isso, com certeza, contribuiu para sua demissão.

RENATO BRANDÃO: Sem dúvida. Logo a siteistração me chamou e disse que meu salário seria diminuído. Eu me neguei e disse que era um acordo de mais de 10 anos. Acabou o semestre, veio a carta de demissão.

JP: Quando você retornou, a siteistração ainda era essa?

RENATO BRANDÃO: Não, a família Uchôa se retirou da siteistração e uma empresa de investimentos financeiros assumiu. Foi nesse contexto que aconteceu tudo aquilo que contei. Veja só que situação surreal. O dinheiro da universidade está indo para acionistas.

JP: Ou seja: o mercado financeiro entrou no segmento de ensino e transformou o aluno em um papel, em uma ação, que gera dividendos?

RENATO BRANDÃO: Exatamente. A Estácio já vivia na contradição de não ter autonomia universitária. Hoje, ela está nas mãos de um grupo financeiro e, em termos de funcionamento da instituição, hoje a situação é pior do que na ditadura.

 

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Bienal

SINPRO-RIO NA BIENAL DO LIVRO

PELA SEGUNDA VEZ, SINDICATO OFERECE PROGRAMAÇÃO VOLTADA PARA OS PROFESSORES

Entre 10 e 20 de setembro, aconteceu a 14ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Pela segunda vez, o Sinpro-Rio esteve presente com um estande, desta ocasião maior do que na edição de 2007, que funcionou como uma subsede temporária no RioCentro. Neste espaço, a categoria pôde contar com um plantão de diretores e serviços de secretaria, tais como: pagamentos, inscrições de cursos na Escola do Professor, agendamento de serviços jurídicos e atualização de dados. Além disso, o estande do Sindicato realizou diversas oficinas, palestras com escritores consagrados e lançou as obras literárias de 20 professores sindicalizados, que foram escolhidos através de um processo seletivo.

ESPAÇO AUGUSTO BOAL

As palestras e oficinas aconteceram em um miniauditório, que foi batizado de Espaço Augusto Boal – em homenagem ao criador do teatro do Oprimido, que faleceu em maio deste ano. Durante a abertura do espaço, que aconteceu no dia 10 de setembro, o presidente do Sinpro-Rio, professor Wanderley Quêdo, falou da importância do dramaturgo e destacou que dar o seu nome ao miniauditório foi uma forma que o Sindicato encontrou de homenagear uma pessoa que dedicou sua vida à arte.

Após a abertura do espaço, o primeiro lançamento foi o da Revista Sinpro- Rio: “Trabalhadores na Literatura Brasileira”. Produzida pelo Sinpro-Rio, a revista foi o resultado de um grande seminário que debateu o tema no final de 2008. Estiveram presentes ao lançamento vários palestrantes do seminário, como a professora Cristina Prates, doutora em Literatura Brasileira/UFRJ; Georgina Martins, escritora de livros para crianças e jovens e professora de pós-graduação de Literatura Infantil e Juvenil/UFRJ. O professor Wanderley revelou que o objetivo do seminário foi resgatar a memória e a identidade do trabalhador. Quanto à revista, o presidente espera que, ao chegar às mãos dos professores, principalmente os de Língua Portuguesa, Literatura e História, eles pensem que aquilo é exatamente o que eles trabalham, o que eles pesquisam.

OFICINAS

O estande do Sinpro-Rio também abrigou três oficinas durante o evento. As duas primeiras foram voltadas para o público infantil: em “Showcante que encante”, o escritor Joaquim de Paula, com seu livro feito de material reciclado, contou histórias em que crianças puderam entrar em contato com as formas geométricas e o processo criativo; em “A tecedura do texto na trama do tear – Tecendo uma colcha literária”, a professora Rita Gemino leu poesias para as crianças, estimulando-as a, depois, desenharem ou escreverem a respeito em um pedaço de pano. A terceira oficina, direcionada à saúde vocal do professor, foi a “Campanha Voz para Educar”, que repetiu o sucesso nas escolas, onde já atendeu mais de 10 mil professores. Na atividade, os presentes assistiram a uma palestra sobre como prevenir os problemas vocais e tiveram a oportunidade de aprender exercícios para a voz e de tirar dúvidas com as fonoaudiólogas da campanha: Isabela Poli e Isabel Monteiro.

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

No dia 12 de setembro, vários leitores, ávidos por informações sobre o Novo Acordo Ortográfico, em vigor desde janeiro de 2009, passaram no espaço do Sindicato para conferir a palestra dos professores Sérgio Nogueira, consultor de língua portuguesa das organizações Globo, e Márcio Coelho. Durante a palestra, o público tirou dúvidas sobre as principais mudanças ocorridas com a homologação do Novo Acordo. De uma forma bem-humorada, o professor Sérgio Nogueira contou várias situações em que as pessoas fazem confusões com ortografia, o que acabou arrancando várias risadas do público. Após o debate, o professor lançou o livro “Ortografia: dicas do professor Sérgio Nogueira”.

DEBATES

Durante o evento literário, vários debates foram instalados no estande do Sinpro-Rio. Um deles foi sobre o Projeto de Lei 297/09, que institui o Calendário Escolar Unificado no Rio de Janeiro, sugerido pelo Sinpro-Rio. Com a presença do vereador Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Rio, a discussão ficou altamente enriquecida. Hoje, o projeto já foi aprovado e aguarda a sanção do prefeito Eduardo Paes.

Foi destaque também o tema desigualdade racial, abordado pelo professor Marcelo Paixão, que relançou o livro “Relatório anual das desigualdades raciais no Brasil” e transformou a discussão em uma ótima aula de História. Já o tema “Trabalho e Mulher no mundo globalizado”, apresentado pela socióloga argentina Graciela Rodriguez, apontou a situação feminina no mercado de trabalho e fez o público refletir sobre as desigualdades que ainda existem nas condições de trabalho e nas remunerações entre os sexos.

Outro debate produtivo foi “A questão dos pré-vestibulares comunitários na sociedade”. Estiveram presentes à mesa de trabalho: o professor da PUC-Rio, José Carmelo; o subsecretário de Educação de Nova Iguaçu, Marcelo Medeiros; o professor universitário, militante dos pré-vestibulares comunitários há 13 anos e assessor de movimentos sociais, Robson Leite; e a professora de História e coordenadora do antigo “Pré-vestibular Cultural e Popular do Sobrado Cultural”, Izabel Cristina Costa.

LIBERDADE RELIGIOSA

No dia 16 de setembro, no Auditório Livro em Cena, aconteceu uma mesa-redonda entre religiosos, juristas, intelectuais e professores. Com a coordenação do babalaô Ivanir dos Santos, a mesa contou com a presença de Frei Tata (representante católico), Marcos Amaral (reverendo presbiteriano) e Fátima Damas (sacerdotisa de Umbanda).

O evento, que debateu o tema “Liberdade religiosa: um direito do cidadão” e apresentou um documentário, foi uma prévia do lançamento do livro “Intolerância Religiosa X Democracia”, que ocorreu, em seguida, no estande do Sinpro-Rio. A obra, publicada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e distribuída gratuitamente, reúne 13 artigos assinados por especialistas da área, como o desembargador Luiz Zveiter, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ); o reverendo Marcos Amaral, da Igreja Presbiteriana de Jacarepaguá; o padre Paulo Botas, da Igreja Católica; além de intelectuais muçulmanos e judeus.

COPAP NA BIENAL

A Comissão de Aposentados e Pensionistas do Sinpro-Rio (Copap) levou para a Bienal do Livro o espetáculo do Grupo “Poesia Simplesmente”, formado pelos poetas Delayne Brasil, Gracia Levine e Laura Esteves. O Espaço Augusto Boal ficou pequeno para tantas pessoas ávidas por boas poesias. O show, que contou com muita música, teve a temática do amor. Ao final do espetáculo, o público também teve a oportunidade de declamar poemas.

OUTRA HOMENAGEM

Não foi só Augusto Boal o homenageado pelo Sinpro-Rio. O maestro Heitor Villa-Lobos também foi lembrado pelos 50 anos de sua morte, com a apresentação de sua vida e obra feita pelo também maestro Sérgio Barboza, que transformou o evento em uma bela aula de música. Sérgio, que é diretor do projeto “Villa-Lobos e as Crianças” e autor do “Guia Prático de Villa-Lobos”, lançado no mesmo dia, falou sobre a importância da música do compositor na formação escolar e sobre como nasceram a escola e o projeto de capacitação para jovens carentes que levam o nome do homenageado.

EDUCAÇÃO SUPERIOR

No dia 19 de setembro, o estande do Sinpro-Rio superou sua capacidade. Todos queriam ouvir o professor Felipe Pena, convidado especial da 7ª reunião, em caráter itinerante, do Fórum Permanente de Educação Superior, autor do livro “O analfabeto que passou no vestibular”. Felipe fez um paralelo entre o seu romance e a atual situação da educação superior no Rio de Janeiro. Disse que sua intenção foi fazer um romance que tratasse da realidade, mas utilizando imaginação com o artifício. Ao final, um grande debate envolveu a literatura e a grave crise na educação superior, que inclui irregularidades trabalhistas na maioria das instituições cariocas.

EMIR SADER

O sociólogo e professor Emir Sader também esteve na Bienal, lançando o seu livro “A nova toupeira: os caminhos da esquerda latinoamericana”. Durante sua exposição, o público aproveitou para saber mais sobre o livro e a opinião do autor sobre a atual conjuntura política nacional.

SAÚDE DO PROFESSOR

Outro destaque, que encerrou as atividades do estande do Sinpro-Rio, foi a palestra da campanha “Condições de Trabalho e Saúde do Professor”. No evento, a atriz Dinah Kleve apresentou um esquete que mostrava a realidade de uma professora com sintomas da Síndrome de Burnout. Depois, as psicólogas Sandra Korman e Elaine Juncken explicaram a doença e a campanha do Sindicato. Segundo Sandra, foi neste projeto, iniciado com a Campanha da Voz, que se constatou que 45% dos professores tinham problemas vocais e que, na maioria das vezes, a causa era emocional. Assim, o Sinpro-Rio entendeu que era preciso cuidar não só da voz, mas também da saúde emocional dos docentes.

Finalizando, a professora Valquíria Juncken, coordenadora da Comissão “Condições de Trabalho e Saúde do Professor”, falou sobre as oficinas da campanha, que pretendem levar aos professores esclarecimentos a respeito da síndrome e apontar caminhos para uma melhor qualidade de vida.

 

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Sindical

MADUREIRA COMPLETA DOIS ANOS

SINPRO-RIO CONSOLIDA SUA ATUAÇÃO NA REGIÃO CENTRAL-LEOPOLDINA

Com dois anos de atendimento às demandas da categoria da região, a Subsede de Madureira comemorou a data com uma festa, realizada dia 3 de outubro, no clube Casa de Viseu, na Vila da Penha. A festividade teve início com os professores José Cloves Praxedes, Wanderley Quêdo e Francilio Paes Leme, que lembraram dos anos de trabalho de base anteriores à Madureira, e como, a partir da descentralização do trabalho político do Sindicato, com a abertura das subsedes, o acesso aos professores se deu da melhor maneira.

Valquíria Juncken, coordenadora da comissão “Condições de Trabalho e Saúde do Professor”, parabenizou a subsede pelos seus dois anos e explicou que o trabalho teve início com a Campanha da Voz, quando foi constatado que 45% dos docentes tinham problemas vocais e que, na maioria das vezes, a causa era emocional. Assim, o Sinpro-Rio entendeu que era preciso cuidar não só da voz dos profissionais, mas também de sua saúde emocional, o que passa também pelas suas condições de trabalho.

A categoria também pôde assistir à palestra sobre “Condições de Trabalho e Saúde do Professor” com as psicólogas Elaine Juncken e Sandra Korman. Além disso, a psicanalista e atriz Dinah Kleve apresentou um esquete mostrando a realidade de uma professora com sintomas da Síndrome de Burnout para, então, Elaine e Sandra falarem sobre as demandas dos professores e todo seu estresse laboral, que podem desencadear a doença.

Após as falas, os presentes puderam se divertir ao som do músico Mozah, que animou a festa com seu repertório de músicas brasileiras.

A IMPORTÂNCIA DA SUBSEDE

“Esta Subsede foi uma luta de muitos anos da categoria da região, que agora pode fazer cursos, obter informações e estar mais próximo do Sindicato.” Professora Vera Lucia Pereira.

“Através do trabalho de base de diretores, me convenci a participar mais ativamente e ampliar a voz dos professores nessa área; e para isso a Subsede foi providencial.” Professor Fábio Conde.

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Sindical

ACONTECEU EM CAMPO GRANDE

EVENTOS QUE MARCARAM O SEGUNDO SEMESTRE

“O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO”

Depois de duas reuniões com a presença de representantes de vários segmentos da sociedade civil organizada, foi criado no dia 29 de setembro o Comitê Zona Oeste da campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso”. Mais uma vez, o Sinpro- Rio tem importante participação no processo de mobilização da sociedade. As reuniões acontecem às terças-feiras, a partir das 19h, na subsede de Campo Grande.

MOSTRA DE FILMES CIENTÍFICOS

A segunda versão do Projeto Ver Ciência se encerrou no dia 3 de outubro e o Sindicato foi palco de discussão trazendo alunos e professores para o debate numa densa programação de filmes científicos exibidos na sede de Campo Grande.

CONAE EM SEROPÉDICA

Com os diretores Glênio do Nascimento e Águida Valdiegila, o Sinpro-Rio esteve na etapa intermunicipal da Conae em Seropédica, onde se reuniram no Polo 10 os representantes dos municípios de Itaguaí, Paracambi, Seropédica, Paraty, Mangaratiba e Angra dos Reis.

CURSO DE EXTENSÃO

Uma parceria com o Programa Nacional de Núcleos de Excelência, da UFF, proporcionou a realização do curso de Extensão “A Revolução Cubana”, no auditório Sinpro-Rio.

SINDICATO NAS ATIVIDADES DOS UNIVERSITÁRIOS

O Sinpro-Rio esteve em atividades promovidas pelos universitários de Campo Grande. A convite da professora Fabiana Albino, o professor Dilson Ribeiro, representando o Sindicato, esteve na Semana dos Alunos de Educação Física. Depois, a convite da professora Marcela Padilha, foi a vez de o professor Fernando Magno representar o Sinpro-Rio na Semana de Geografia. Os diretores ministraram uma palestra sobre o tema “O que é e para que serve o Sindicato”.

 

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Campanha

CALENDÁRIO ESCOLAR UNIFICADO APROVADO

PROFESSOR(A),

A CAPA DESTA EDIÇÃO DO JP JÁ ESTAVA PRONTA COM A NOTÍCIA DA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI 297/ 09, SEM NENHUM VOTO CONTRA, PELA CÂMARA DOS VEREADORES, QUE INSTITUIU O CALENDÁRIO ESCOLAR UNIFICADO, QUE PREVÊ A INTEGRALIDADE DO MÊS DE JANEIRO COMO FÉRIAS E RECESSO COMUM EM JULHO PARA TODOS(AS) OS(AS) PROFESSORES(AS), QUANDO FOMOS INFORMADOS, PELO DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO, DO VETO, INTEGRAL, POR PARTE DO PREFEITO EDUARDO PAES.

Isso nos obrigou a atualizar a capa e a lamentar sua insensibilidade política e social para um problema de tamanha importância para a categoria e nos movimentarmos para reverter este quadro. Mantida a insensibilidade do prefeito, teremos que mostrar nossa indignação e disposição de luta.

Para nós, é importante frisar que este veto é apenas um episódio desta luta. Cabe, agora, a plenária da Câmara dos Vereadores decidir, até 12 de dezembro, a manutenção ou não do veto.

Esta luta pelo Calendário Escolar Unificado é parte de uma política estratégica do sindicato, compromisso de campanha e insere-se na luta maior pela melhoria das Condições de Trabalho e Saúde do Professor. Nesse sentido, seus desdobramentos se farão também em outros fóruns e níveis institucionais.

Portanto, de qualquer maneira, essa luta não terminaria aqui. Ela é maior e demandará todos os esforços desta diretoria, junto com a categoria por melhores salários, condições de trabalho e saúde.

Professores(as), vamos à luta ocupar as galerias da Câmara Municipal e cobrar politicamente, no dia da votação, um posicionamento dos vereadores em favor não só de uma categoria, mas da sociedade como um todo, pois quando a saúde do professor está ameaçada é a educação que adoece.

A Diretoria.

 

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Campanha

CALENDÁRIO ESCOLAR UNIFICADO VETADO PELO PREFEITO

PARA A CATEGORIA TER FÉRIAS EM JANEIRO, SÓ FALTA A SANÇÃO DO PREFEITO

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou, no dia 22 de setembro, o Projeto de Lei (PL) 297/2009, que tem como objetivo garantir a simultaneidade e integralidade das férias escolares em janeiro e o recesso de julho para todos os profissionais de educação, sejam eles da rede pública ou particular de ensino. O próximo passo será a sanção do prefeito, que, finalmente, tornará o projeto Lei Municipal.

A falta de um calendário escolar unificado tem levado a categoria ao esgotamento físico e mental, traduzido em afastamento de profissionais para tratamentos e readaptações.

O projeto obteve pareceres favoráveis das comissões de Administração e Justiça e na de Educação e ainda recebeu duas emendas. De autoria do presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, o vereador Reimont, o projeto é uma reivindicação da Campanha de Condições de Trabalho e Saúde do Professor do Sinpro-Rio.

As oposições manifestadas são, para nós, equivocadas, pois não levam em consideração o próprio texto do PL, que estabelece a obrigatoriedade do respeito às disposições da Lei das Diretrizes e Bases (LDB); obriga a formação de uma comissão plural para sua implementação com representantes da sociedade civil organizada (inclusive o sindicato patronal) e dos governos municipal e estadual; e recebeu da Comissão de Justiça da Câmara Municipal parecer pela constitucionalidade. O recesso escolar, também denominado de férias escolares, é o período em que o professor não ministra aulas, em razão das férias letivas concedidas aos alunos. Dessa forma, recesso escolar e férias trabalhistas não se confundem. O Jornal do Professor conversou com o vereador Reimont, do PT-RJ. Confira:

JP: Qual a importância do Calendário Escolar Unificado para a Cidade do Rio de Janeiro?

REIMONT: A Lei do Calendário Unificado para o Rio de Janeiro, que foi aprovada pela Câmara de Vereadores e que espera a sanção do prefeito Eduardo Paes, é de uma importância fundamental para a Educação. Outro dia, uma repórter me perguntou se isso não é um projeto corporativista que beneficia exclusivamente o professorado. Respondi que o foco principal é a Educação e o alunado e que estou convicto disso. O Calendário Unificado determina que o mês de janeiro é mês de férias para os professores e que, além disso, estes terão duas semanas de recesso em julho. Quando estabelecemos estas duas paradas, o fazemos estrategicamente. Quando os alunos chegam no mês de fevereiro, o professor deve estar descansado e em agosto, da mesma forma. Se o professor está descansado e com suas energias refeitas, quem ganha na ponta é o alunado, é a Educação. Também o inverso é verdadeiro, se o professor fica doente, a Educação adoece, o aluno fica prejudicado e a sociedade, num todo, sai perdendo. Com o Calendário, teremos a possibilidade de as famílias se planejarem para férias o que aquece também a indústria do turismo, só para dar um exemplo.

JP: Qual sua avaliação sobre a situação dos professores da rede particular, como professor desse segmento?

REIMONT: Quando falo de professor, sempre gosto de dizer que os professores são muito capazes e que sua dedicação é fundamental para a sociedade. O professor da rede privada padece de alguns males, de modo particular, o professor horista. O fato de ter que trabalhar em mais de uma instituição o faz trabalhar sem vínculo. Falo do vínculo com o espaço educacional e do vínculo afetivo e humano com os outros professores e com seus alunos. Esta falta de vínculo adoece. Temos que ampliar a discussão remuneratória que constrói a possibilidade da Dedicação Exclusiva, em que o professor não é só o que está na sala de aula com o aluno, mas aquele que convive com o dia a dia da escola, se atualiza, tem espaço de pesquisa, de interação e intercâmbio com o todo da Educação. Há uma prática de algumas instituições particulares – felizmente, uma minoria e que deve ser combatida – que é a de não criar vínculos nem mesmo empregatícios com seus professores. O Sindicato, por mais atento que esteja, necessita do professor de ponta para tomar conhecimento desta prática funesta que compreende a Escola como empresa; o professor como operário; e o aluno e suas famílias como clientes, todos envolvidos numa relação que deve gerar lucro a qualquer custo. A prática iniciada por algumas instituições de dar férias de 20 de dezembro a 20 de janeiro não contribui em nada com a Educação. O Calendário Unificado também serve para acertar estas distorções.

JP: Como o senhor avalia a Campanha de Condições de Trabalho e Saúde do Professor do Sinpro-Rio?

REIMONT: O Sinpro-Rio é um grande parceiro de meu mandato. Aliás, é equivocado dizer que o mandato é meu. Ele é da sociedade e, de modo bem particular, daqueles que trabalham com Educação. A própria Lei do Calendário Unificado surgiu de dentro do Sinpro- Rio, com essa discussão das Condições de Trabalho e Saúde do Professor. O Sindicato nos procurou, sentamos juntos, conversamos e colocamos no formato de uma lei aquilo que já estava muito bem elaborado. A Campanha de Condições de Trabalho e Saúde do Professor veio na hora certa e precisa tomar corpo e enraizar-se na sociedade. Não é difícil compreender porque os professores adoecem tanto, vítimas de salas de aulas com alunos em demasia; de estratégias sutis de assédio moral por parte da sociedade que vive num clima de muito denuncismo; e/ou até mesmo de suas instituições que cobram resultados sem dar-lhes condições dignas de trabalho. Muitas são as doenças próprias de nossa categoria. Doenças físicas, psíquicas e afetivas. Somos a classe de trabalhadores que mais adoece no mundo e não temos dúvida: se o professor fica doente, quem adoece é a Educação.

JP: Se o PL 297/09 for sancionado pelo prefeito, como será sua implantação? E se for vetada?

REIMONT: Conto com a possibilidade de sanção do PL 297/09 por parte do prefeito. Seria uma medida muito impopular, neste momento, vetar esta reivindicação da sociedade. O Calendário Unificado não foi elaborado, como já disse, pela cabeça de um técnico. Ele é o clamor de uma categoria muito numerosa que precisa ser ouvida e que é importantíssima para o estabelecimento da construção da cidadania. Sua implantação se dará imediatamente para o próximo ano letivo. Em 2010, as escolas estarão de férias em janeiro e as duas últimas semanas de julho serão de recesso. Esta implementação não fere a LDB na sua exigência dos 200 dias letivos e esta conversa já foi feita com a Secretaria de Educação do Município, que sugeriu uma emenda importante que foi incorporada ao Projeto antes de sua aprovação definitiva. Não vou me estender na resposta à segunda pergunta porque não conto com esta possibilidade, mas, se o veto do prefeito vier, precisamos derrubá-lo aqui na Câmara e os colegas parlamentares serão sensíveis a isso. Os professores se mobilizarão, não tenho dúvida, na conversa com todos os vereadores.

JP: Em seu mandato, quais têm sido suas ações em prol da Educação? Sua relação próxima ao Sinpro-Rio ajuda neste sentido?

REIMONT: Compreendo que a Educação vai ser a marca do mandato. Quero muito isso. Só que entendo que esta marca não se dará porque estudo e vivo de Educação. Ela se dará porque muitos professores têm-se aproximado de nosso mandato e o enriquecido. O Calendário Unificado é uma das ações mais importantes deste ano. Também é importante no nosso mandato os Pentágomuitos fóruns que fizemos sobre educação, em que muitos professores vieram refletir e indicar caminhos. Lembro-me, por exemplo, quando da discussão sobre as Organizações Sociais (OS?s). De imediato, posicionei-me contrário a elas, especialmente para a Educação. Compreendia, no entanto, que para as creches, elas poderiam ser viáveis. Em um fórum de educação, os muitos professores que lá estavam me convenceram que as OS’s eram danosas também para as creches. Neste momento, os professores orientaram meu voto. A partir dessa premissa, posso dizer que votei contra as OS’s a partir de um acúmulo de discussão feito com esses professores que se reuniram comigo. O debate sobre o concurso das merendeiras, que ainda estamos travando com o Executivo, também é uma ação em prol da educação. Apesar de o prefeito ter feito um outro concurso, através da Comlurb, considero que seremos vitoriosos nesta luta. A minha participação no Conselho de Alimentação Escolar também é parte do meu compromisso com a Educação. Sobre a minha relação com o Sinpro- Rio, já falei anteriormente: considero-o um grande e necessário parceiro, além de ser um sindicato combativo e próximo da categoria. Desde o início deste nosso mandato, o Sinpro-Rio “apropriou- se” dele sem nos sufocar, na medida certa. Oxalá nosso mandato tome isso como modelo e se deixe apropriar por outras tantas categorias de trabalhadores e de movimentos que querem a transformação da sociedade.

 

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Campanha

OFICINA “SAÚDE DO PROFESSOR” CHEGA ÀS ESCOLAS

Oito instituições já receberem a oficina da campanha Condições de Trabalho e Saúde do Professor. Cerca de 150 docentes participaram da atividade, conduzida pelas psicólogas e psicanalistas, que tiveram a oportunidade de assistir uma palestra sobre Síndrome de Burnout e discutirem possibilidades de melhor entendimento e posicionamento no ambiente de trabalho.

Após as oficinas, alguns participantes avaliaram o encontro como “um momento único de reflexão e discussão sobre nosso trabalho e nossa saúde, e excelente oportunidade de repensar nosso projeto de vida”, como disse Martha de Souza Cruz, da Escola da Cidade/Solar Meninos de Luz. Já para Elena de Mattos, do Colégio Pentágomuitos no, “os professores que não compareceram não puderam avaliar o que perderam, mas, com certeza, eles saberão, através de nós, que tentaremos passar a mensagem adiante”. No Órion, o professor Alexandre Ribeiro destacou que a atual falta de motivação do professorado se dá, em parte, por falta de lugares, como a oficina, para se discutir a realidade da profissão e pensar, juntos, soluções. A professora Roberta Netto, da Creche Escola Amora, revelou que vê a oficina como um instrumento de valorização à profissão.

Lembramos que as oficinas podem ser agendadas para, no máximo, 20 professores, até o dia 20 de dezembro, através do telefone: 3262-3440.

 

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Escola do Professor

FÓRUM DISCUTE A AMÉRICA DO SUL

TERCEIRA EDIÇÃO ANALISA O IMPACTO DAS REFORMAS NO CONTINENTE

A história recente da América do Sul reúne uma série de mudanças. Os países vizinhos do Brasil foram da ditadura ao neoliberalismo e hoje, em sua maioria, têm governos populares. Tudo isso em cerca de 20 anos. Assim, o Fórum América, em sua terceira edição, analisou o impacto dessas reformas na América do Sul, em duas etapas: os efeitos das ditaduras e das políticas neoliberais na América do Sul e possíveis alternativas a esses modelos e o nacionalismo e as reformas sociais nos países andinos.

Nos dias 6 e 9 de novembro, na subsede de Campo Grande e na sede, respectivamente, o tema debatido foi “Países do Cone Sul: o impacto dos governos neoliberais e o debate das alternativas”, em que o professor Francisco Carlos Teixeira, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), abordou a problemática vivida pelos países desta região, assim como o impacto que o governo imperialista gerou no território. Para ele, apesar de a América Latina sempre ter sido explorada, desde os tempos da colonização, não se deve partir do princípio de que tenha sido esse o problema, mas, sim, sua natureza arbitrária:

– As colônias foram criadas como empresas que geravam lucro, sem serem vistas como um Estado de direito. A expansão capitalista, que ocorre na Europa desde o século XVI, não tinha o objetivo de realizar melhorias em outros territórios, mas extrair todas as suas riquezas. O professor afirmou que, antes dos golpes militares, os povos do Cone Sul estavam se reestruturando para reclamarem seus direitos. No entanto, as economias desenvolvidas se uniram às Forças Armadas locais, a fim de conter a mobilidade popular desses países.

Assim, foram mais de 20 anos de opressão e retrocesso, impedindo que Brasil, Argentina, Paraguai e outros Estados alcançassem níveis mínimos de necessidades básicas para a sociedade.

De acordo com Francisco Carlos, as desigualdades na América do Sul são praticamente as mesmas em todos os países. Ele defendeu a unificação e integração de todo o território, já que a região por inteiro sofreu com governos autoritários e com a influência dos governos neoliberais, que privatizaram e tiraram do povo toda a riqueza que lhe pertence. A inclusão e as mobilizações sociais são temáticas importantes para melhorias e melhores condições de vida. Existem, pelo menos, quatro projetos de integração sul-americana que visam a trabalhar a troca não só de mercadorias, mas também de cultura e informação. O mais conhecido deles, o Mercosul, já está em vigor desde 1991. Entretanto, o educador defende um intercâmbio mais social, como a criação de escolas que ensinem tanto português quanto espanhol. Os outros projetos, ainda que menores, já são um primeiro passo para uma América Latina unida.

PAÍSES ANDINOS

Outro tema debatido na terceira edição foi “Países andinos: nacionalismos e transformações sociais”, de 25 a 28 de setembro, na subsede de Campo Grande e na Sede, respectivamente, com a participações de Monica Bruckmann, socióloga e cientista política, pesquisadora da Cátedra e Rede Unesco/Universidade das Nações Unidas; e o doutor em Ciências Políticas/Iuperj e coordenador Executivo do Obsevatório Político Sul- Americano (OPSA), Marcelo Coutinho. Aguardem as próximas edições do fórum em 2010.

 

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Escola do Professor

FAMÍLIA PÓS-DIVÓRCIO

No dia 3 de outubro, o Sinpro-Rio promoveu o seminário Famílias Pós-divórcio. Nele, foram discutidas as possíveis consequências que uma separação pode ter no ambiente familiar, principalmente pela ótica dos filhos, e qual o papel da escola diante desse fato. Três palestrantes ministraram o seminário: Leila Maria Torraca de Brito (professora adjunta do Instituto de Psicologia e doutora em Psicologia pela PUC-Rio), Andreia Ribeiro Cardoso (especialista em Psicologia Jurídica/Uerj) e Rosana Rapizo (psicóloga, especialista em Terapia de Família, mestra em Psicologia Clínica/PUC-Rio).

Leila Maria, a primeira a falar, traçou um breve histórico sobre o divórcio, e apontou o constante aumento de casos de separação no Brasil. As pesquisas apontadas pela professora Leila foram reforçadas pela especialista Andreia Ribeiro que, além disso, relacionou o fato de os divórcios crescerem nos últimos anos com a emancipação feminina.

– A emancipação é ótima em todos os sentidos, mas acaba facilitando as separações.

Por último, Rosana Rapizo falou sobre o papel da escola no relacionamento com filhos de pais separados. Para ela, o tratamento com aluno deve ser igual, mas o mesmo não se aplica à família: é preciso um pouco mais de esforço do docente para que ambos saibam como anda o filho no ambiente escolar .

Após a exposição das três especialistas, foi apresentada a peça do Projeto Palco Acadêmico, “Depois que meus pais se separaram…”, seguida de um debate com os atores. A obra mostra três tipos distintos de separação, narrada por três adolescentes que viram seus pais se divorciarem. Em um dos casos, é apresentado o filho que, muito apegado ao pai, acaba vendo a mãe como uma vilã. Em outro, uma menina muito próxima da mãe acaba rejeitando o pai e a madrasta. Há ainda um terceiro caso, em que a filha vê com indiferença toda a situação e se acostuma em ter duas famílias.

– A peça ilustra bem como o jovem pode receber a separação dos pais – delcarou o ator Jessé Guimarães

 

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Escola do Professor

SINPRO-RIO DISCUTE O FUTURO DA DOCÊNCIA

Entre os dias 27 e 29 de outubro, foi realizado o Seminário Futuro da Docência. Promovido pelo Sinpro-Rio, através da Escola do Professor. A atividade foi idealizada a partir de algumas questões levantadas nas comissões de Educação Infantil e Superior. Na abertura, o presidente do Sindicato, Wanderley Quêdo, afirmou que, nesse caminho de lutas e resistência, o Sinpro-Rio tem tratado da questão da docência e do exercício profissional dos professores, que por diversas vezes esbarram em discursos enviesados, promovidos pelo patronato em fóruns nacionais.

– Esses discursos, em sua maioria, propõem o fim da LDB e a desregulamentação docente – alertou Wanderley.

Segundo ele, a ideia do seminário é despertar na categoria a questão principal da eterna vigilância na defesa dos direitos dos professores, que são históricos. Um exemplo desse desrespeito aconteceu em 15 de outubro, data em que se comemora o Dia do Professor, que foi alvo de debates no país todo e não foi acatada em muitas instituições.

Após a abertura, as palestras do primeiro dia focaram o tema “LDB: Para quê? Para quem?” e foram ministradas pelas professoras Aparecida Tiradentes, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Helena de Freitas, participante da diretoria da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope); Mônica Figueiredo, presidente da Associação Docente da Universidade Gama Filho (ADGF); e Bertha do Vale (Uerj).

Aparecida fez algumas observações sobre as políticas das práticas docentes, com referências aos organismos internacionais, como o Preal. Ela propõe uma vertente de escola que forme pessoas mais preparadas para uma sociedade homogênica e questiona a mercantilização da educação, em consequência do neoliberalismo.

– Com os novos padrões atuais de gestão, a concepção de trabalho tem sido a mesma para todas as esferas, inclusive no ensino, que deixa de ser um direito de todos e passa a ser uma mercadoria.

A educadora afirmou que os modelos atuais de trabalho e controle sobre ele exigem mais subjetividade das pessoas. Assim, esses processos requerem menos consciência crítica dos empregados, o que prejudica tudo o que já foi conquistado.

– O mundo globalizado coage os trabalhadores a passar seu conhecimento para a equipe, numa padronização, tirando a individualidade. As novas tecnologias atrapalhariam a educação, no sentido de criar uma única forma de disseminação do conhecimento para a população, que possui diferenças, já que dentro de um mesmo país há diversas culturas.

Em seguida, a professora Helena de Freitas fez um panorama da educação atual, afirmando que é preciso haver uma forma de docência em que não se mercantilize o conhecimento. Ela criticou a alta competitividade e o produtivismo que ocorrem nos grupos sociais, em detrimento da solidariedade dos trabalhadores, inclusive entre os profissionais de educação.

Helena apontou também as contradições existentes na formação de professores, citando as dificuldades que a escola tem em oferecer a formação necessária para sociedade. Ela afirmou que é preciso haver alguém que represente essa categoria, além de existir uma profissionalização do trabalho docente. Para a educadora, a formação de professores é precária, precisando haver uma reformulação para que sejam feitas melhorias tanto para os educadores, quanto para os alunos.

A última intervenção do primeiro dia do seminário foi da professora Mônica, que fez um relato sobre sua experiência na ADGF.

– Se as associações docentes, as ADs, não incomodassem, o patronato não ia tentar tirar-lás da Convenção Coletiva de Trabalho, como aconteceu na última Campanha Salarial.

Para a professora, esse é o momento de os professores se unirem, através de suas ADs, para garantirem os interesses da categoria. Em sua visão, Mônica disse que “não adianta pensar numa educação libertadora se não há uma ação libertadora e um medo constante por trás de tudo”:

– Se continuarmos coagidos, não teremos mais alunos interessados em fazer Licenciatura – frisou

Apesar de demitida, Mônica Figueiredo continua como presidente da ADGF e luta, através do Sinpro-Rio, por sua reitegração na universidade.

UNIVERSALIDADE E MELHORIAS NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

No segundo dia do evento, foram convidados os professores Sadi Dal Rosso, da Universidade de Brasília (UnB); e Marcia Angela Aguiar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O presidente do Sinpro-Rio, Wanderley Quêdo, abriu a conferência falando sobre a dificuldade que as entidades sindicais encontram para defender seus propósitos na mídia. Ele citou o fato de um grupo de comunicação ter cobrado cerca de R$ 70 mil para veicular uma notícia.

O professor Sadi, do Departamento de Sociologia da UnB, discorreu sobre a necessidade de os professores implementarem um caráter mais universalista em suas aulas. Além de educador, também é sindicalista e lançou uma rede de socioativismo docente. Para ele, o futuro dessa área está diretamente ligado à noção de Estado e Nação, que devem ser revistos, a fim de que haja uma sociedade mais homogênica, sem perder as raízes culturais de cada povo.

O acadêmico criticou as bases do capitalismo e do regime socialista implantado nos países após a II Guerra Mundial.

Ele afirmou que nas duas formas de governo, houve diferença de classes, o que acabou colocando o mundo em dois blocos opostos. Sadi diz que há uma necessidade de unificar a “raça humana”, para que haja uma forma mais consistente de melhorias no mundo.

A professora Márcia Angela falou sobre as dificuldades encontradas em conceituar Nação. Ela afirmou que a educação é dever do Estado, e que todos deveriam ter acesso a esse direito. Para a educadora, é preciso haver questionamentos sobre qual o tipo de cidadania existe no país, já que há problemas no sistema de ensino.

Além de questionar a importância e a responsabilidade dos governos, Márcia Angela afirmou que existem diversas forças que prejudicam os sindicatos e demais instituições, pois há diversas formas de censura. Ela ainda discorreu sobre a importância de se lutar pelos direitos dos professores, pois eles são os formadores da sociedade.

O PAPEL DA MULHER NA DOCÊNCIA

A professora Iria Brzezinski, presidente da Anfope, falou sobre a dificuldade de ser militante e, ao mesmo tempo, pedagoga. Ela também afirmou que docente é aquele que “forma o humano” e que seu futuro está garantido, já que sempre haverá a necessidade de se educar as crianças. A questão seria a maneira que se deve seguir, já que não existe somente uma única forma de ensinar.

Iria reforçou a necessidade de haver um Estado mais forte, em conjunto com as forças sociais, a fim de colocar a educação como tema principal. Ela discorreu sobre as bases coletivas do ensino, que é a soma de forças políticas e sindicais, que tornam a sociedade mais humana. Um componente importante, para ela, é mostrar que o todo professor é um pesquisador. Assim, eles precisam ter cultura e sempre estudar.

Professora da Uerj, Bertha do Vale criticou o ensino a distância, já que é necessário haver interação entre educadores e alunos. Ela questionou a atuação de alguns profissionais, que ficam em frente aos estudantes, mas que não lhes transmitem a pedagogia necessária. Ela apresentou a problemática da formação no magistério, assim como melhores condições para todos os envolvidos com ensino.

Bertha apresentou o Plano Estadual de Educação do Rio de Janeiro, que já foi feito, mas sem continuidade. E criticou o fato de os poderes públicos não tomarem uma atitude acerca do ensino, além de ter afirmado que o prazo para revisar e reeditar o plano é muito curto. Além desses problemas, ela citou o fato de que muitos municípios no estado não possuem infraestrutura para atender à demanda de professores, o que prejudica tanto os educandos quanto os educadores.

 

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Escola do Professor

ANO DA FRANÇA NO BRASIL

O clima do Ano da França no Brasil tomou conta do Sinpro-Rio no mês de outubro. Com diversas atrações em suas dependências, o Sindicato promoveu palestras, mostras de cinema, shows de música e apresentações de teatro referentes ao país europeu. O objetivo foi mostrar um pouco da rica herança que o país deixou de legado ao mundo.

As apresentações ocorreram na sede do Sinpro-Rio, e nas subsedes de Campo Grande, Barra e Madureira. Durante todo o mês, os professores puderam se deleitar com um outubro bleu, blanc e rouge. Os eventos mostraram a França antiga e atual, apresentando as riquezas do idioma, a arte e as fortes influências filosófica e política que são muito fortes no país e influenciaram as diretrizes do pensamento moderno ocidental.

As primeiras exposições tiveram os temas L’Energie – exibida nas subsedes de Campo Grande e da Barra – e La Biodiversité – mostrada na sede do Centro. Teatro e cinema tiveram destaque no mês de outubro, onde foi exibido o filme “Quando Tudo Começa”. A peça “O Segredo do Grão”, encenada no dia oito, foi muito aplaudida pelos espectadores. O filme “Ser e Ter” foi exibido no mesmo dia, agradando a todos. Do dia 14 ao dia 31 de outubro, o sindicato teve a exposição França no Brasil: histórico da influência francesa no Brasil de Villegagnon ao Cinema Novo. Na mostra, são apresentados painéis artísticos com aspectos da cultura do país europeu que o aproximam da cultura nacional.

HISTÓRIA E TEATRO

No dia 19, o professor e doutor Pierre Guisan realizou uma palestra na sede do Sinpro-Rio com o tema Quando os franceses brincam de índios no Brasil…Olhares Cruzados. A conferência mostrou os aspectos que a influência francesa exerceu na cultura brasileira. O educador deu uma aula de história, expondo não somente o parâmetro nacional, mas também de toda a Europa, apontando os motivos da expansão dos idiomas e a necessidade da identidade nacional.

Guisan também expôs que o idioma francês vem sofrendo mudanças ao longo dos séculos, devido à incorporação de novas culturas. Ele falou sobre o interesse francês no chamado “Novo Mundo”, na época das grandes navegações, assim como a diferença dos tipos de colonização realizados pelos países europeus.

Após a palestra, houve a apresentação do grupo de teatro dos estudantes de francês do Sinpro-Rio. Eles encenaram a peça “Brasil à francesa: eterna sedução”, que conta de forma divertida e lúdica a influência da França no país, em todos os aspectos. No dia 23, mais estudantes encenaram 15 esquetes retratando as curiosidade e aspectos da cultura francesa.

O público, riu e emocionou-se com as divertidas histórias. A emoção ficou por conta da homenagem à professora Ana Silvia, que leciona na Escola do Professor, e utiliza essa metodologia de ensinar francês com teatro alguns anos.

FILOSOFIA E MÚSICA

O dia 21 foi marcado por apresentações significativas. O convidado para a palestra foi Pascal Pradal, que teve como tema Présence du Philosophe. Ele discorreu, em francês, sobre a história da filosofia ocidental, desde os pensadores gregos até a época atual, citando Platão, Descartes, Nietzsche e Foucault como exemplos fundamentais. O expositor também mostrou a influência que os ideais franceses exerceram no pensamento mundial até a ascenção dos Estados Unidos como potência. Messody Benoliel e a maestrina Elizinha Azevedo apresentaram o show “Uma noite com Piaf” logo após a palestra. Messody, que tem origem franco- marroquina, quis homenagear um dos maiores nomes da música francesa, Edith Piaf, e seu repertório incluiu clássicos como “La vie em rose”.

 

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Gênero e Etnia

LEI EM PAUTA

SINDICATO ENTREVISTA DUAS PERSONAGENS ATUANTES NA DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER

Em comemoração aos três anos da Lei Maria da Penha, o Sinpro- Rio entrevistou duas personagens, atuantes na defesa das mulheres, sobre quais foram as principais reflexões desde a criação da lei: a deputada estadual, Inês Pandeló, do PT; e a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RJ, Virginia Berriel.

JP: A Lei Maria da Penha entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006. Nesses três anos de vigência, diminuíram os casos de violência contra a mulher?

INÊS: Todos os dados apontam para o aumento dos registros de violência doméstica contra a mulher, mas isto não quer dizer que a violência aumentou. Penso que, na verdade, a criação da Lei Maria da Penha possibilitou mais visibilidade e coragem para a mulher denunciar.

VIRGINIA: Entendo que diminuiu, sim. Grande parte das mulheres, pelo menos, sabe que existe a lei; que pode buscar socorro numa Delegacia da Mulher, embora ainda tenha medo da represália.

JP: A Lei Maria da Penha veio modificar vários artigos do nosso atual Código Penal, que data de 1940. Entretanto, foi aprovado, em 17 de julho de 2009, no Senado, PL nº 253/04 que altera vários dispositivos do Código Penal Brasileiro. Como fica a Lei Maria da Penha dentro deste deste novo contexto?

INÊS: A revisão do Código Penal, apesar de ser muito importante, preocupa- nos, pois pode colocar em risco a Lei Maria da Penha. Neste sentido, a Comissão dos Direitos da Mulher fez audiência pública recentemente, em que recebemos juízas, defensores e promotores, que discutiram o assunto e apresentaram sugestões de emendas que foram encaminhadas ao Senado. Estamos aguardando agenda da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) para fazermos uma audiência maior, convidando os senadores e todos os deputados federais do estado para não deixarmos que a revisão do código prejudique uma lei que foi uma vitória da luta de anos de nós, mulheres.

VIRGINIA: Eu não sou especialista, mas entendo que faltaram dispositivos que resguardassem a aplicabilidade das penas previstas na Lei Maria da Penha, já que a lei aprovada impede, nos casos de violência doméstica contra as mulheres, a aplicação de penas brandas, como a cobrança de cestas básicas ou a exigência de serviços comunitários, que estão previstas na Lei 9.099/95, que trata dos Juizados de Pequenas Causas. Sem dúvida, é uma ameaça às sanções decorrentes da Lei Maria da Penha.

JP: Somos remanescentes de uma cultura em que o homem era visto como “dono” da mulher, autoritário e machista. Apesar da emancipação feminina, poucas foram as mudanças de comportamento deles. A senhora crê que autoridades que têm poder, como juízes e delegados, acatam a Lei Maria da Penha?

INÊS: As coisas estão mudando e hoje temos muitos homens que dizem não à violência contra as mulheres, mas ainda há resistências. Por isto, precisamos avançar e ganhar toda a sociedade para a nossa luta. As mulheres têm força e muito foi conquistado graças ao movimento feminista e de mulheres. Entraremos em ano eleitoral, temos que sair às ruas e dizer novamente: Quem ama não mata! Salve a Lei Maria da Penha!

VIRGINIA: Mesmo com todo machismo que impera na sociedade, sociedade esta que muitas vezes é medíocre e fascista, acredito que ainda existam autoridades nas quais possamos acreditar.

JP: Foi preciso que um trabalhador humilde assumisse o governo brasileiro para que mudanças sociais e estruturais atingissem positivamente os pobres e as mulheres. O(a) próximo(a) presidente terá este mesmo cuidado?

INÊS: Caberá ao povo brasileiro esta decisão. Ou escolhemos alguém que vá dar sequência e ampliação aos direitos conquistados (e temos a primeira chance real de elegermos uma mulher para a Presidência do Brasil) ou escolhemos alguém que vai retroceder em nossos direitos e melhoria na qualidade de vida. É parte da democracia esta escolha. Acho que o povo brasileiro votará em Dilma para presidente e vou trabalhar para isto, porque sei que com ela o Brasil ampliará o seu respeito no exterior, às mulheres e aos brasileiros em geral e a distribuição de renda e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida.

VIRGINIA: Vai depender da força de cada um de nós. Pois temos o dever, como formadores de opinião, em mobilizar a sociedade para que não haja nenhum retrocesso. Temos que priorizar a continuidade deste governo e isso só acontecerá através da mobilização, da conscientização, pois sabemos muito bem os avanços, a credibilidade, e isso só terá continuidade com um governo que respeite os movimentos sociais, a classe trabalhadora, as mulheres, os pobres…

 

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Gênero e Etnia

LIBERDADE RELIGIOSA No dia 20 de setembro, aconteceu a II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, em Copacabana. O objetivo do evento – promovido pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa – foi defender a liberdade de crenças. Nesse sentido, uma passarela repleta de cores vibrantes, diversidade de línguas, manifestações religiosas, orações e um grito em comum – Liberdade Religiosa – passaram pela orla. Mais de 80 mil pessoas participaram do evento.

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES A cidade de Barra Mansa recebeu, entre os dias 30 de outubro e 1° de novembro, a Marcha Mundial das Mulheres. O movimento teve como objetivo reivindicar para elas terra, trabalho, direitos sociais e autodeterminação, além de soberania para o país. A passeata teve início em 1995, quando 850 mulheres marcharam cerca de 200 quilômetros, de Quebec a Montreal, no Canadá. O resultado foi o aumento real do salário mínimo, mais direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.

NA DEFESA DAS MULHERES No dia 13 de agosto, a Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas (Acat), em parceria com a Comissão de Gênero e Etnia do Sinpro-Rio, realizou o seminário “A Lei Maria da Penha e o contrato de trabalho”, em comemoração aos três anos da lei. Realizado no auditório do Sindicato, teve como palestrantes a procuradora do trabalho Drª Daniela Mendes; a delegada de polícia Drª Marcia Noely Barreto; e as advogadas Drª Kátia Tavares e Drª Renata Alexandrin Reis, que também é ouvidora da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres do Governo Federal. O presidente da Acat, Dr. José Luiz Campos Xavier; e a diretora, Drª Araçari Baptista, abriram o evento, falando sobre a importância do trabalho conjunto da Associação com o Sindicato. Ao final do evento, a secretária de igualdade racial da CUT-RJ, representante da Comissão de Gênero e Etnia, Glórya Ramos, destacou que, por se tratar de uma categoria majoritariamente feminina, o apoio do Sinpro-Rio em um evento que fale sobre a agressão a mulher é o início de um diálogo que pode se aprofundar no futuro.

DELEGACIAS DA MULHER

DEAM-RIO (Centro)
Tel: (21) 2332-9994

DEAM Campo Grande
Tel: (21) 2332-7644

 

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COPAP

VIAGENS INESQUECÍVEIS

COMISSÃO FAZ UMA RETROSPECTIVA DA PROGRAMAÇÃO DA “COPAP NA ESTRADA”

No segundo semestre de 2005, a diretoria recém-eleita da Comissão de Aposentados e Pensionistas do Sinpro- Rio decidiu diversificar suas atividades, introduzindo viagens em sua programação, criando, assim, a Copap na Estrada. A partir de 2006, grupos de professores têm saído em busca de lazer, cultura e convívio fraterno. O baixo custo desses passeios tem possibilitado a participação de um número crescente de pessoas.

Para 2010, a Comissão está pensando em uma viagem mais longa: Nordeste? Sul? E por que não para o exterior? Por isso, professor(a), fique atento(a) para você não perder mais esta novidade da Copap na Estrada. Mais informações com a secretária da Copap, Andrea Soarez, pelo telefonte (21) 3262-3400.

RECORDAR É VIVER

• Conservatória. Abr/2006 (seresta)

• Vassouras. Jun/2006 (festa junina)

• Itatiaia. Out/2006 (Dia do Professor)

• Itatiaia. Nov/2006

• Miguel Pereira. Jun/2007 (festa junina)

• Águas de Lindoia e redondezas. Out/ 2007 (Dia do Professor)

• Vassouras. Mai/2008 (festa caipira na fazenda)

• Angra dos Reis. Nov/2008 (visita à usina nuclear)

• Conservatória. Mar/2009

• Raposo. Jun/2009 (festa junina na fazenda)

• Guarapari, Vila Velha e Vitória. Out/ 2009 (Dia do Professor)

• São Paulo Cultural. Nov/2009

 

Ano L – nº 212 – Outubro, Novembro e Dezembro 2009 TOPO


COPAP

QUEM JÁ VIAJOU COM A COPAP

“Viajar com a Copap é sempre um momento de alegria, convivência amiga e conhecimento. Temos sempre um roteiro organizado com enfoque sociocultural, além da oportunidade de vivenciarmos relacionamentos interpessoais de qualidade e de ampliarmos nossos conhecimentos em relação a viver bem nos tempos atuais”. Professora Suel Azeredo

“Viajar e passear com a turma da Copap é sempre um prazer e alegria. Além de escolher os lugares mais lindos, sempre encontramos conforto com preços acessíveis aos professores. Com essa turma, nós sentimos uma alegria aconchegante e familiar. É uma sorte pertencermos a Copap, que acrescenta muita cultura à nossa vida. Professora Bernardete Bittencourt

“As viagens programadas pela Copap são oportunidades de convivência alegre e atualização cultural sempre num ambiente fraterno, considerando também que os preços dessas viagens são acessíveis ao bolso do professor aposentado. O Sinpro-Rio é um dos poucos sindicatos que se preocupa com seus associados aposentados”. Professora Eunice Carvalho

 

Ano L – nº 212 – Outubro, Novembro e Dezembro 2009 TOPO


COPAP

ENCERRAMENTO

No dia 11 de dezembro, às 10h, a Copap fará o encerramento das atividades de 2009 com um encontro de confraternização. Neste dia, haverá troca de presentes seguida de um almoço natalino. Você é nosso convidado especial!

PRÓXIMAS ATIVIDADES

27 /11, ÀS 10H
“Trocando Ideias”
LOCAL: Sede Centro

04/12, ÀS 10H
Avaliação das atividades de 2009
LOCAL: Sede Centro

16/12, ÀS 16H
Projeto “Tempo de Saudade”
Tributo aos compositores e cantores brasileiros.
LOCAL: Sede Centro

EM MARÇO DE 2010 II Seminário da Mulher HOMENAGEM AO SENADOR PAULO PAIM

No dia 11 de setembro, houve, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a entrega da Medalha Tiradentes ao senador Paulo Paim (PT-RS), por indicação da deputada Inês Pandeló (PT-RJ).

Muitas autoridades compuseram a mesa e usaram a palavra para enaltecer o homenageado por sua luta, principalmente em prol dos aposentados. Ao final, o senador Paim, emocionado, dirigiu-se à plenária, que estava lotada por representantes de movimentos político-sociais. No fim de sua fala, o senador foi ovacionado pelos aposentados presentes.

 



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Este post foi publicado em 05/12/2009 às 10:31 dentro da(s) categoria(s): Jornal do Professor, Publicações.
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