No dia 8 de maio, aconteceu o segundo dia do seminário “O Estado Democrático de Direito e os Trabalhadores no Brasil: Vinte Anos da Constituição de 1988”, promovido pelo Sinpro-Rio, no Auditório Gilberto Freyre, no Palácio Gustavo Capanema. Neste segundo encontro, o tema debatido foi “Estado, Direito e Exclusão no Brasil: 120 anos da abolição”.
Participaram da mesa, coordenada pela diretora de Educação e Cultura do Sinpro-Rio, Glorya Ramos: o historiador e doutor em Comunicação e Cultura da UFRJ, professor Joel Rufino; o diretor da Secretaria de Gênero e Etnia da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee), professor Edson Oliveira Santos; e o diretor da Fundação Perseu Abramo, Flávio Jorge Rodrigues da Silva.
A primeira palestra ministrada foi professor Joel Rufino, que explanou sobre a importância da abolição da escravatura. Segundo o historiador, o senso comum coloca certas preposições à sociedades, quanto a história dos negros, que não resistem a uma análise mais crítica. Uma dessas preposições, é o fato da abolição ter sido uma farsa. Para Rufino, qualquer processo que existe muita luta não pode ser uma farsa. “Só no 13 de maio foram libertadas cerca de 700 mil pessoas e isso não foi insignificante”, argumentou.
Ao final do seu discurso, o historiador falou que o racismo brasileiro não pode ser produto da escravidão, pois da abolição para cá o racismo aumentou, ao invés de diminuir.
No debate, o público questionou a Joel Rufino a diferença entre o racismo norte-americano e o brasileiro, se há alguma coisa para comemorar neste 120 da abolição da escravatura e como é possível comprovar esse aumento do racismo no Brasil.
O professor respondeu que o racismo norte-americano é mais democrático. “Basta ver que uma das pessoas mais importante na política americana é uma mulher negra”, afirmou o historiador citando a Condoleezza Rice. Na questão da comemoração dos 120 da abolição, para ele, deve ser comemorada sim, pois representou um avanço na história. Quanto ao crescimento do racismo, o Rufino falou que a prova do aumento é o crescimento do movimento negro. “A resistência dessa luta prova o racismo”, concluiu o professor.
Em seguida, Diretor da Fundação Perseu Abramo, Flávio Jorge, ministrou sua palestra sobre “Estado de Direito e exclusão no Brasil”. O militante do movimento negro iniciou o sua fala discordando do professor Joel Rufino quanto ao racismo democrático norte americano. “Racismo é racismo em qualquer lugar do mundo”, afirmou Flávio explicando que não existe uma crueldade mais democrática. O palestrante prosseguiu o seu tema exemplificando os fatores que contribuem para exclusão da população negra e contextualizando, em períodos, a trajetória do movimento negro ao longo da história.
O último palestrante da noite, foi o professor Edson Oliveira Santos que fez um breve discurso sobre “O papel do negro e das minorias discriminadas no Brasil atual”. O professor citou a importância dos 60 anos dos direitos universais e lembrou que racismo é citado na Constituição brasileira como crime inafiançável. Ao final do discurso, o professor parabenizou a coragem de realizar uma mesa com quatro negros, o que não é uma realidade comum nos dias de hoje.
O seminário, que continua hoje, dia 9, no mesmo horário, terminou com um produtivo debate sobre o movimento negro, as cotas na universidades e as políticas afirmativas.
Veja as fotos do evento: dia 7 e dia 8
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No dia 8 de maio, aconteceu o segundo dia do seminário “O Estado Democrático de Direito e os Trabalhadores no Brasil: Vinte Anos da Constituição de 1988”, promovido pelo Sinpro-Rio, no Auditório Gilberto Freyre, no Palácio Gustavo Capanema. Neste segundo encontro, o tema debatido foi “Estado, Direito e Exclusão no Brasil: 120 anos da abolição”.
Participaram da mesa, coordenada pela diretora de Educação e Cultura do Sinpro-Rio, Glorya Ramos: o historiador e doutor em Comunicação e Cultura da UFRJ, professor Joel Rufino; o diretor da Secretaria de Gênero e Etnia da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee), professor Edson Oliveira Santos; e o diretor da Fundação Perseu Abramo, Flávio Jorge Rodrigues da Silva.
A primeira palestra ministrada foi professor Joel Rufino, que explanou sobre a importância da abolição da escravatura. Segundo o historiador, o senso comum coloca certas preposições à sociedades, quanto a história dos negros, que não resistem a uma análise mais crítica. Uma dessas preposições, é o fato da abolição ter sido uma farsa. Para Rufino, qualquer processo que existe muita luta não pode ser uma farsa. “Só no 13 de maio foram libertadas cerca de 700 mil pessoas e isso não foi insignificante”, argumentou.
Ao final do seu discurso, o historiador falou que o racismo brasileiro não pode ser produto da escravidão, pois da abolição para cá o racismo aumentou, ao invés de diminuir.
No debate, o público questionou a Joel Rufino a diferença entre o racismo norte-americano e o brasileiro, se há alguma coisa para comemorar neste 120 da abolição da escravatura e como é possível comprovar esse aumento do racismo no Brasil.
O professor respondeu que o racismo norte-americano é mais democrático. “Basta ver que uma das pessoas mais importante na política americana é uma mulher negra”, afirmou o historiador citando a Condoleezza Rice. Na questão da comemoração dos 120 da abolição, para ele, deve ser comemorada sim, pois representou um avanço na história. Quanto ao crescimento do racismo, o Rufino falou que a prova do aumento é o crescimento do movimento negro. “A resistência dessa luta prova o racismo”, concluiu o professor.
Em seguida, Diretor da Fundação Perseu Abramo, Flávio Jorge, ministrou sua palestra sobre “Estado de Direito e exclusão no Brasil”. O militante do movimento negro iniciou o sua fala discordando do professor Joel Rufino quanto ao racismo democrático norte americano. “Racismo é racismo em qualquer lugar do mundo”, afirmou Flávio explicando que não existe uma crueldade mais democrática. O palestrante prosseguiu o seu tema exemplificando os fatores que contribuem para exclusão da população negra e contextualizando, em períodos, a trajetória do movimento negro ao longo da história.
O último palestrante da noite, foi o professor Edson Oliveira Santos que fez um breve discurso sobre “O papel do negro e das minorias discriminadas no Brasil atual”. O professor citou a importância dos 60 anos dos direitos universais e lembrou que racismo é citado na Constituição brasileira como crime inafiançável. Ao final do discurso, o professor parabenizou a coragem de realizar uma mesa com quatro negros, o que não é uma realidade comum nos dias de hoje.
O seminário, que continua hoje, dia 9, no mesmo horário, terminou com um produtivo debate sobre o movimento negro, as cotas na universidades e as políticas afirmativas.
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01/01/2008 às
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