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Sinpro-Rio debate o futuro da docência

Entre os dias 27 e 29 de outubro, foi realizado o Seminário Futuro da Docência. Promovido pelo Sinpro-Rio, através da Escola do Professor, a atividade foi idealizada a partir de algumas questões levantadas nas comissões de Educação Infantil e Superior. Na abertura, o presidente do Sindicato, Wanderley Quêdo, afirmou que, nesse caminho de lutas e resistência, o Sinpro-Rio tem tratado da questão da docência e do exercício profissional dos professores, que por diversas vezes esbarram em discursos enviesados, promovidos pelo patronato em fóruns nacionais.

– Esses discursos, em sua maioria, propõem o fim da LDB e a desregulamentação regulamentação docente – alertou Wanderley.

Segundo ele, a ideia do seminário é despertar na categoria a questão principal da eterna vigilância na defesa dos direitos dos professores, que são históricos. Um exemplo desse desrespeito aconteceu em 15 de outubro, data em que se comemora o Dia do Professor, que foi alvo de debates no país todo e não foi acatada em muitas instituições.

Após a abertura, as palestras do primeiro dia focaram o tema “LDB: Para quê? Para quem?” e foram ministradas pelas professoras Aparecida Tiradentes, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Helena de Freitas, atual presidente da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope); Mônica Figueiredo, presidente da Associação Docente da Universidade Gama Filho (ADGF); e Bertha do Vale (Uerj).

Aparecida fez algumas observações sobre as políticas das práticas docentes, com referências aos organismos internacionais, como o Preal. Ela propõe uma vertente de escola que forme pessoas mais preparadas para uma sociedade homogênica e questiona a mercantilização da educação, em consequência do neoliberalismo.

– Com os novos padrões atuais de gestão, a concepção de trabalho tem sido a mesma para todas as esferas, inclusive no ensino, que deixa de ser um direito de todos e passa a ser uma mercadoria.

A educadora afirmou que os modelos atuais de trabalho e controle sobre ele exigem mais subjetividade das pessoas. Assim, esses processos requerem menos consciência crítica dos empregados, o que prejudica tudo o que já foi conquistado.

– O mundo globalizado coage os trabalhadores a passar seu conhecimento para a equipe, numa padronização, tirando a individualidade. As novas tecnologias atrapalhariam a educação, no sentido de criar uma única forma de disseminação do conhecimento para a população, que possui diferenças, já que dentro de um mesmo país há diversas culturas.

Em seguida, a professora Helena de Freitas fez um panorama da educação atual, afirmando que é preciso haver uma forma de docência em que não se mercantilize o conhecimento. Ela criticou a alta competitividade e o produtivismo que ocorrem nos grupos sociais, em detrimento da solidariedade dos trabalhadores, inclusive entre os profissionais de educação.

Helena apontou também as contradições existentes na formação de professores, citando as dificuldades que a escola tem em oferecer a formação necessária para sociedade. Ela afirmou que é preciso haver alguém que represente essa categoria, além de existir uma profissionalização do trabalho docente. Para a educadora, a formação de professores é precária, precisando haver uma reformulação para que sejam feitas melhorias tanto para os educadores, quanto para os alunos.

A última intervenção do primeiro dia do seminário foi da professora Mônica, que fez um relato sobre sua experiência na ADGF.

– Se as associações docentes, as ADs, não incomodassem, o patronato não ia tentar tirar-lás da Convenção Coletiva de Trabalho, como aconteceu na última Campanha Salarial.

Para a professora, esse é o momento de os professores se unirem, através de suas ADs, para garantirem os interesses da categoria. Em sua visão, Mônica disse que “não adianta pensar numa educação libertadora se não há uma ação libertadora e um medo constante por trás de tudo”:

– Se continuarmos coagidos, não teremos mais alunos interessados em fazer Licenciatura – frisou

Apesar de demitida, Mônica Figueiredo continua como presidente da ADGF e luta, através do Sinpro-Rio, por sua reitegração na universidade.

Universalidade e melhorias na formação dos professores

No segundo dia do evento, foram convidados os professores Sadi Dal Rosso, da Universidade de Brasília (UnB); e Marcia Angela Aguiar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O presidente do Sinpro-Rio, Wanderley Quêdo, abriu a conferência falando sobre a dificuldade que as entidades sindicais encontram para defender seus propósitos na mídia. Ele citou o fato de um grupo de comunicação ter cobrado cerca de R$ 70 mil para veicular uma notícia.

O professor Sadi, do Departamento de Sociologia da UnB, discorreu sobre a necessidade de os professores implementarem um caráter mais universalista em suas aulas. Além de educador, também é sindicalista e lançou uma rede de socioativismo docente. Para ele, o futuro dessa área está diretamente ligado à noção de Estado e Nação, que devem ser revistos, a fim de que haja uma sociedade mais homogênica, sem perder as raízes culturais de cada povo.

O acadêmico criticou as bases do capitalismo e do regime socialista implantado nos países após a II Guerra Mundial. Ele afirmou que nas duas formas de governo, houve diferença de classes, o que acabou colocando o mundo em dois blocos opostos. Sadi diz que há uma necessidade de unificar a “raça humana”, para que haja uma forma mais consistente de melhorias no mundo.

A professora Márcia Angela falou sobre as dificuldades encontradas em conceituar Nação. Ela afirmou que a educação é dever do Estado, e que todos deveriam ter acesso a esse direito. Para a educadora, é preciso haver questionamentos sobre qual o tipo de cidadania existe no país, já que há problemas no sistema de ensino.

Além de questionar a importância e a responsabilidade dos governos, Márcia Angela afirmou que existem diversas forças que prejudicam os sindicatos e demais instituições, pois há diversas formas de censura. Ela ainda discorreu sobre a importância de se lutar pelos direitos dos professores, pois eles são os formadores da sociedade.

O papel da mulher na docência

A professora Iria Brzezinski, presidente da Anfope, falou sobre a dificuldade de ser militante e, ao mesmo tempo, pedagoga. Ela também afirmou que docente é aquele que “forma o humano” e que seu futuro está garantido, já que sempre haverá a necessidade de se educar as crianças. A questão seria a maneira que se deve seguir, já que não existe somente uma única forma de ensinar.

Iria reforçou a necessidade de haver um Estado mais forte, em conjunto com as forças sociais, a fim de colocar a educação como tema principal. Ela discorreu sobre as bases coletivas do ensino, que é a soma de forças políticas e sindicais, que tornam a sociedade mais humana. Um componente importante, para ela, é mostrar que o todo professor é um pesquisador. Assim, eles precisam ter cultura e sempre estudar.

Professora da Uerj, Bertha do Vale criticou o ensino a distância, já que é necessário haver interação entre educadores e alunos. Ela questionou a atuação de alguns profissionais, que ficam em frente aos estudantes, mas que não lhes transmitem a pedagogia necessária. Ela apresentou a problemática da formação no magistério, assim como melhores condições para todos os envolvidos com ensino.

Bertha apresentou o Plano Estadual de Educação do Rio de Janeiro, que já foi feito, mas sem continuidade. E criticou o fato de os poderes públicos não tomarem uma atitude acerca do ensino, além de ter afirmado que o prazo para revisar e reeditar o plano é muito curto. Além desses problemas, ela citou o fato de que muitos municípios no estado não possuem infraestrutura para atender a demanda de professores, o que prejudica tanto os educandos quanto os educadores.

Confira as fotos do evento aqui.


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Entre os dias 27 e 29 de outubro, foi realizado o Seminário Futuro da Docência. Promovido pelo Sinpro-Rio, através da Escola do Professor, a atividade foi idealizada a partir de algumas questões levantadas nas comissões de Educação Infantil e Superior. Na abertura, o presidente do Sindicato, Wanderley Quêdo, afirmou que, nesse caminho de lutas e resistência, o Sinpro-Rio tem tratado da questão da docência e do exercício profissional dos professores, que por diversas vezes esbarram em discursos enviesados, promovidos pelo patronato em fóruns nacionais.

– Esses discursos, em sua maioria, propõem o fim da LDB e a desregulamentação regulamentação docente – alertou Wanderley.

Segundo ele, a ideia do seminário é despertar na categoria a questão principal da eterna vigilância na defesa dos direitos dos professores, que são históricos. Um exemplo desse desrespeito aconteceu em 15 de outubro, data em que se comemora o Dia do Professor, que foi alvo de debates no país todo e não foi acatada em muitas instituições.

Após a abertura, as palestras do primeiro dia focaram o tema “LDB: Para quê? Para quem?” e foram ministradas pelas professoras Aparecida Tiradentes, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Helena de Freitas, atual presidente da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope); Mônica Figueiredo, presidente da Associação Docente da Universidade Gama Filho (ADGF); e Bertha do Vale (Uerj).

Aparecida fez algumas observações sobre as políticas das práticas docentes, com referências aos organismos internacionais, como o Preal. Ela propõe uma vertente de escola que forme pessoas mais preparadas para uma sociedade homogênica e questiona a mercantilização da educação, em consequência do neoliberalismo.

– Com os novos padrões atuais de gestão, a concepção de trabalho tem sido a mesma para todas as esferas, inclusive no ensino, que deixa de ser um direito de todos e passa a ser uma mercadoria.

A educadora afirmou que os modelos atuais de trabalho e controle sobre ele exigem mais subjetividade das pessoas. Assim, esses processos requerem menos consciência crítica dos empregados, o que prejudica tudo o que já foi conquistado.

– O mundo globalizado coage os trabalhadores a passar seu conhecimento para a equipe, numa padronização, tirando a individualidade. As novas tecnologias atrapalhariam a educação, no sentido de criar uma única forma de disseminação do conhecimento para a população, que possui diferenças, já que dentro de um mesmo país há diversas culturas.

Em seguida, a professora Helena de Freitas fez um panorama da educação atual, afirmando que é preciso haver uma forma de docência em que não se mercantilize o conhecimento. Ela criticou a alta competitividade e o produtivismo que ocorrem nos grupos sociais, em detrimento da solidariedade dos trabalhadores, inclusive entre os profissionais de educação.

Helena apontou também as contradições existentes na formação de professores, citando as dificuldades que a escola tem em oferecer a formação necessária para sociedade. Ela afirmou que é preciso haver alguém que represente essa categoria, além de existir uma profissionalização do trabalho docente. Para a educadora, a formação de professores é precária, precisando haver uma reformulação para que sejam feitas melhorias tanto para os educadores, quanto para os alunos.

A última intervenção do primeiro dia do seminário foi da professora Mônica, que fez um relato sobre sua experiência na ADGF.

– Se as associações docentes, as ADs, não incomodassem, o patronato não ia tentar tirar-lás da Convenção Coletiva de Trabalho, como aconteceu na última Campanha Salarial.

Para a professora, esse é o momento de os professores se unirem, através de suas ADs, para garantirem os interesses da categoria. Em sua visão, Mônica disse que “não adianta pensar numa educação libertadora se não há uma ação libertadora e um medo constante por trás de tudo”:

– Se continuarmos coagidos, não teremos mais alunos interessados em fazer Licenciatura – frisou

Apesar de demitida, Mônica Figueiredo continua como presidente da ADGF e luta, através do Sinpro-Rio, por sua reitegração na universidade.

Universalidade e melhorias na formação dos professores

No segundo dia do evento, foram convidados os professores Sadi Dal Rosso, da Universidade de Brasília (UnB); e Marcia Angela Aguiar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O presidente do Sinpro-Rio, Wanderley Quêdo, abriu a conferência falando sobre a dificuldade que as entidades sindicais encontram para defender seus propósitos na mídia. Ele citou o fato de um grupo de comunicação ter cobrado cerca de R$ 70 mil para veicular uma notícia.

O professor Sadi, do Departamento de Sociologia da UnB, discorreu sobre a necessidade de os professores implementarem um caráter mais universalista em suas aulas. Além de educador, também é sindicalista e lançou uma rede de socioativismo docente. Para ele, o futuro dessa área está diretamente ligado à noção de Estado e Nação, que devem ser revistos, a fim de que haja uma sociedade mais homogênica, sem perder as raízes culturais de cada povo.

O acadêmico criticou as bases do capitalismo e do regime socialista implantado nos países após a II Guerra Mundial. Ele afirmou que nas duas formas de governo, houve diferença de classes, o que acabou colocando o mundo em dois blocos opostos. Sadi diz que há uma necessidade de unificar a “raça humana”, para que haja uma forma mais consistente de melhorias no mundo.

A professora Márcia Angela falou sobre as dificuldades encontradas em conceituar Nação. Ela afirmou que a educação é dever do Estado, e que todos deveriam ter acesso a esse direito. Para a educadora, é preciso haver questionamentos sobre qual o tipo de cidadania existe no país, já que há problemas no sistema de ensino.

Além de questionar a importância e a responsabilidade dos governos, Márcia Angela afirmou que existem diversas forças que prejudicam os sindicatos e demais instituições, pois há diversas formas de censura. Ela ainda discorreu sobre a importância de se lutar pelos direitos dos professores, pois eles são os formadores da sociedade.

O papel da mulher na docência

A professora Iria Brzezinski, presidente da Anfope, falou sobre a dificuldade de ser militante e, ao mesmo tempo, pedagoga. Ela também afirmou que docente é aquele que “forma o humano” e que seu futuro está garantido, já que sempre haverá a necessidade de se educar as crianças. A questão seria a maneira que se deve seguir, já que não existe somente uma única forma de ensinar.

Iria reforçou a necessidade de haver um Estado mais forte, em conjunto com as forças sociais, a fim de colocar a educação como tema principal. Ela discorreu sobre as bases coletivas do ensino, que é a soma de forças políticas e sindicais, que tornam a sociedade mais humana. Um componente importante, para ela, é mostrar que o todo professor é um pesquisador. Assim, eles precisam ter cultura e sempre estudar.

Professora da Uerj, Bertha do Vale criticou o ensino a distância, já que é necessário haver interação entre educadores e alunos. Ela questionou a atuação de alguns profissionais, que ficam em frente aos estudantes, mas que não lhes transmitem a pedagogia necessária. Ela apresentou a problemática da formação no magistério, assim como melhores condições para todos os envolvidos com ensino.

Bertha apresentou o Plano Estadual de Educação do Rio de Janeiro, que já foi feito, mas sem continuidade. E criticou o fato de os poderes públicos não tomarem uma atitude acerca do ensino, além de ter afirmado que o prazo para revisar e reeditar o plano é muito curto. Além desses problemas, ela citou o fato de que muitos municípios no estado não possuem infraestrutura para atender a demanda de professores, o que prejudica tanto os educandos quanto os educadores.

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Este post foi publicado em 01/01/2009 às 00:00 dentro da(s) categoria(s): Notícias.
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